Ronnie Lessa jogou em linha do trem pedaços da placa do carro usado para matar Marielle

Segundo o comparsa de Lessa, um terceiro homem, conhecido como “Orelha”, foi o responsável por “sumir” com o automóvel

por: NOVO Notícias

Publicado 24 de julho de 2023 às 21:30

Ronnie Lessa jogou em linha do trem pedaços da placa do carro usado para matar Marielle

Ronnie Lessa jogou em linha do trem pedaços da placa do carro usado para matar Marielle – Foto: Reprodução

O ex-policial militar reformado Ronnie Lessa se desfez dos pedaços da placa do carro usado no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes na linha férrea dos trens urbanos no Rio de Janeiro, de acordo delação premiada do ex-policial militar Élcio de Queiroz. Segundo o comparsa de Lessa, um terceiro homem, conhecido como “Orelha”, foi o responsável por “sumir” com o automóvel. O destino teria sido um desmanche no Morro da Pedreira, na Zona Norte da cidade

Em relato à Polícia Federal, Élcio contou que Ronnie Lessa apareceu em sua casa no dia seguinte ao crime, acompanhado do ex-bombeiro Maxwell Corrêa, preso nesta segunda-feira, 24, para se desfazer do carro. O automóvel teria sido deixado na rua da casa da mãe do Ronnie, logo após o crime.

“Após jogar os pedaços da placa e as cápsulas, deixamos o Maxwell na casa da mãe dele, porque ele disse que iria “agitar” o sumiço do carro. Ele falou que iria procurar um conhecido nosso, cujo apelido era Orelha, que já teve agência de automóvel e trabalhava com seguro de carro e hoje em dia tem uma sorveteria (…) Depois disso fiquei sabendo através do Maxwell que esse carro de fato sumiu e que foi para o morro da Pedreira, onde havia um desmanche de carro. Quando eu perguntei para o Orelha se havia dado sumiço no carro, ele me cortava e desconversava”, afirmou Élcio em delação.

Maxwell levou uma placa para a casa de Élcio no intuito de modificar o automóvel usado no crime. Segundo Élcio, o carro foi levado para a casa dele, “haja vista que lá tinha uma garagem fechada”.

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“Ao chegarmos lá, colocamos o carro na garagem, trancamos a porta e trocamos a placa. Nessa época, a parte da frente da casa da minha mãe estava em obra e ele perguntou se tinha alguma coisa para quebrar a placa. Peguei a tesoura de cortar chapa, cortamos a placa na sala da casa da minha mãe e colocamos dentro de uma bolsa plástica. Depois, o Maxwell fez uma varredura no carro, retirou algumas capsulas e colocou dentro do saco e colou um adesivo da Apple no carro”, contou.

Segundo o relato, o grupo criminoso deixou o local, passou em um posto de gasolina, encheu o pneu do carro e o deixou em uma rua próxima à casa da mãe do Lessa. Dois dias após o crime, o carro ainda estava sob o poder de Ronnie Lessa.

“Fomos até a casa da mãe dele buscar o carro. Chegando lá, pegamos o Cobalt e fui dirigindo enquanto o Ronnie foi dirigindo o carro dele. Fizemos o mesmo caminho beirando a estação de Engenho de Dentro, passamos por Cascadura e Madureira no sentido Rocha Miranda. Quando chegamos à Rocha Miranda, o Orelha já estava avisado e paramos em uma pracinha”, contou.

O encontro com “Orelha” foi o último momento em que Élcio e Lessa teriam tido contato com o automóvel, segundo a delação: “Foi desse modo que nos desfizemos do veículo e das cápsulas”, disse.

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