O dramaturgo Zé Celso Martínez faleceu na manhã desta quinta-feira (6) em São Paulo. Seu estado de saúde havia se agravado na quarta-feira, quando ele desenvolveu insuficiência renal. Desde então, seu quadro piorou e ele não respondeu ao tratamento. O diretor veio a óbito devido à falência dos órgãos na manhã desta quinta-feira.
Zé Celso Martínez havia sido internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital das Clínicas na manhã de terça-feira, após sofrer queimaduras em seu apartamento no bairro Paraíso, Zona Sul de São Paulo. O incêndio ocorreu enquanto Zé Celso, de 86 anos, estava dormindo em seu quarto, por volta das 7h30.
Segundo relatos dos vizinhos, a suspeita é que o fogo tenha começado devido a um curto-circuito no aquecedor. O 36º Distrito Policial (Vila Mariana) está investigando as causas do incêndio. Zé Celso foi transferido para a UTI e teve que ser entubado devido às queimaduras que afetaram 60% de seu corpo.
No momento do incêndio, havia outras três pessoas no apartamento: seu marido Marcelo Drummond e os atores Victor Rosa e Ricardo Bittencourt. Eles não sofreram queimaduras, mas foram levados para o hospital devido à inalação de fumaça. Victor foi quem resgatou o dramaturgo, que estava deitado no chão com queimaduras graves. O apartamento de Zé Celso Martínez estava localizado no sexto e último andar do prédio.
José Celso Martinez, popularmente conhecido como Zé Celso, nasceu em Araraquara, no interior de São Paulo, em 30 de março de 1937. Ele cresceu em uma família de sete irmãos, liderada por uma mãe rigorosa, de personalidade forte, e um pai sensível, apaixonado por cinema e literatura.
Os primeiros textos encenados pelo Teatro Oficina, como “Vento Forte para Papagaio Subir” (1958) e “A Incubadeira” (1959), foram escritos por Zé Celso e tinham fortes inspirações biográficas. Com o processo de profissionalização, o Oficina passou a encenar grandes obras da dramaturgia universal, utilizando uma linguagem muito peculiar, com o objetivo de refletir os conflitos abordados na realidade brasileira.
Ao longo do tempo, o Oficina passou por diferentes formações e características, mas Zé Celso sempre permaneceu como o mentor e figura central do grupo. Ele se tornou um símbolo de resistência durante a ditadura militar, que começou em 1964. Como ator, diretor e dramaturgo, Zé Celso mergulhou nas ideias da contracultura e buscou um teatro combativo. Sempre rodeado de polêmicas, construiu uma das trajetórias mais impactantes no cenário artístico brasileiro.
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