A família de Antonia foi ver de perto o jogo da potiguar antes da Copa do Mundo, em amistoso contra o Chile, em Brasília – Foto: Thaís Magalhães/CBF
Dentre os vários sonhos de meninos e meninas de se tornarem craques da bola, talvez a Copa do Mundo seja a competição da qual a realização seja a mais fantástica e indescritível. Afinal de contas, o torneio é o ponto máximo de qualquer profissional de futebol. Imagine para filha mais ilustre de Riacho de Santana, uma cidade do interior no Oeste do Rio Grande do Norte e que tem pouco mais de quatro mil habitantes.
Antonia Ronnycleide da Costa Silva, ou simplesmente Antonia, é a prova viva de que os sonhos podem se tornar realidade. “Não desista do seu sonho! Vai ser difícil, vai ter que fazer escolhas, vão ter momentos que você vai ter medo e vai ter gente pra dizer que não vai dar certo ou que você deveria tentar outra coisa. Mas, também vai ter gente no seu caminho que vai te ajudar, te apoiar e se você fizer com o coração, acreditar e focar no seu sonho ele se realizará”, diz a atleta.
Em 2022, ela passou por momentos apreensivos. Uma lesão foi constatada, depois dos amistosos contra o Canadá ainda no ano passado, e a jogadora teve que fazer uma intervenção cirúrgica no menisco do joelho direito.
Isto poderia comprometer a presença dela no Mundial, tendo em vista o prazo de recuperação. “Eu sempre confiei muito em Deus e no que ele planejou pra mim e conforme fomos decidindo os passos juntamente com o médico e o meu clube (Levante, da Espanha), foquei em me recuperar e seguir todas as etapas com calma, cada uma no seu tempo. Primeiro optamos pelo tratamento convencional, mas depois percebemos que a cirurgia seria o melhor, até porque eu precisava estar pronta não só para a Copa, mas também para ajudar o clube”, conta Antonia.
Força e determinação sempre foram características da atleta. Tanto no futsal, onde começou, como no início, no futebol de campo, ou quando foi convocada pela primeira vez pela Seleção, Antonia lutou para que seu nome estivesse entre as convocadas para disputar o Mundial.
Quando a técnica Pia Sundhage falou o seu nome, ela comentou o que passou pela cabeça: “É um turbilhão de emoções e sensações. Por mais que houvesse a expectativa, a certeza só vem quando você ouve seu nome. Então foi uma explosão! Acho que o maior sentimento é de gratidão, orgulho de ser uma das escolhidas dentre tantas jogadoras talentosas que o Brasil tem. Todos os esforços meus e de toda a minha família desde pequena valeram a pena”, explica.
A potiguar chegou à Seleção, ainda no período de observações com a técnica Emilly Lima em 2017, como volante. Mas foi nas mãos de Pia Sundhage que Antonia pôde jogar tanto como zagueira como lateral. A treinadora, desde que a chamou para a Seleção Brasileira, ficou encantada com a jogadora principalmente pela segurança que ela traz ao sistema defensivo.
Com presença confirmada, Antonia já fez uma análise do que o Brasil pode encarar no mundial. Segundo ela, o jogo contra a França será o jogo que definirá as posições dos grupos. “Também temos que ter total atenção contra o Panamá, que por ser estreia é um jogo que envolve muitas emoções. É um torneio rápido, então todos os jogos têm a mesma importância e a Jamaica é uma escola bastante física, precisamos estar muito atentas. A Copa do Mundo é um campeonato de muitas surpresas, então não podemos escolher adversários, é ir jogo a jogo, fase por fase, e estar focadas no nosso trabalho que é o que vi fazer a diferença nas partidas”, detalha.
A final está marcada para o dia 20 de agosto. Assim como os sonhos, as promessas são elementos importantes na construção de realizações. Enigmática, Antonia diz que existe uma promessa em caso de conquista, mas só poderá contar no dia que for pagar. Que assim seja!
