Além de Queiroz, os deputados federais André Fernandes (PL-CE) e Gustavo Gayer (PL-GO) também publicaram comprovantes de transferência para o ex-presidente. O primeiro doou R$ 22, número de urna de Bolsonaro. O goiano repassou R$ 50. Eles afirmam que o ex-presidente é vítima de “assédio judicial” e que precisa de ajuda para pagar “diversas multas em processos absurdos”.
O assessor de Bolsonaro Fabio Wajngarten alega que a campanha de doações não partiu da equipe do ex-presidente. Apesar disso, o próprio Wajngarten publicou no Twitter a chave Pix de Bolsonaro, com a indicação que a conta é do Banco do Brasil e a frase: “confira antes de transferir”. Bolsonaro e os filhos Flávio, Eduardo e Carlos não postaram nas redes sociais a respeito da “vaquinha”.
Bolsonaro assumiu este ano o cargo de presidente de honra do PL. O salário é de R$ 39 mil. Além desse valor, ele também recebe aposentadoria do Exército e da Câmara dos Deputados. Assim, entre aposentadorias e salários, são mais de R$ 75 mil mensais.
No dia 14 de junho, a Justiça de São Paulo mandou bloquear mais de meio milhão de reais nas contas bancárias de Bolsonaro em razão do descumprimento de regra sanitária imposta em meio à covid-19: o uso de máscaras. A dívida de Bolsonaro com o governo do Estado já passa de R$ 1 milhão.
Deputados federais da oposição criticaram a campanha de doações para Bolsonaro. André Janones (Avante-MG) ironizou em postagem: “O clã Bolsonaro informa que além do Pix, as doações podem ser feitas em dinheiro em espécie, em caixas de sapatos fechadas, a ser entregues em qualquer uma das mansões da família”. Em outra publicação no Twitter, ele apelidou o ex-presidente de “urubu de Pix”.
Quem é Fabrício Queiroz
Em dezembro de 2018, o Estadão revelou um relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) que apontava uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta bancária de Queiroz. O valor é referente ao período entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Depois da revelação, o Ministério Público do Rio abriu 22 procedimentos de investigação criminal.
O termo “rachadinha” se refere a um tipo de desvio de verba. Os recursos que deveriam ser destinados à contratação de servidores são repassados para o próprio contratante, por meio de uma transferência de parte do salário dos funcionários. Especialistas explicam nesta matéria que a prática é considerada um crime.
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