As empresas de transporte alegam que questões de segurança, falta de logística de transito e problemas econômicos para justificar a retirada das linhas 46, 51, 52, 54 e 56 da região
Publicado 4 de abril de 2023 às 13:05
Cinco linhas de ônibus deixaram de atender a população do bairro das Rocas, na Zona Leste de Natal, a partir desta semana. As empresas de transporte alegam que questões de segurança, falta de logística de transito e problemas econômicos para justificar a retirada das linhas 46, 51, 52, 54 e 56 da região.
Um reunião envolvendo representantes da Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU), Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos (Seturn), classe política e comunidade das Rocas, na manhã desta terça-feira (04), tentou viabilizar a retomada dos serviços, mas não houve acordo entre as partes envolvidas.
Foi proposta a manutenção das operações das cinco linhas até que seja feito um estudo técnico sobre a operação dos itinerários. O resultado da avaliação seria divulgado em 45 dias. No entanto, a proposta foi rejeitada pelas empresas de ônibus.
O impasse acontece porque empresários de ônibus alegam insegurança para colaboradores, usuários e patrimônio, potencializada nos ataques criminosos de março passado, além de falta de logística de transito no terminal (diante de várias carretas estacionadas para o Porto de Natal) e, acima de tudo, pelo fator econômico, pois não haveria demanda que justificasse a passagem dos coletivos no bairro, além do déficit financeiro, diante dos altos custos de operação na região e em toda a cidade.
O departamento jurídico da STTU avalia a medida tomada pelas empresas de ônibus. Os fiscais da pasta irão acompanhar o funcionamento das linhas e, em caso de descumprimento, podem aplicar até multas. Em entrevistas recentes, a STTU informou que a retirada das linhas não foi autorizada pela pasta.
O NOVO procurou o STTU para saber detalhes da retirada das linhas, mas ainda aguarda informações da assessoria de imprensa do sindicato.
Políticos criticam a medida
O deputado estadual Ubaldo Fernandes e os vereadores Herberth Sena e Eirbaldo Medeiros, no entanto, reforçaram que a população não pode ser penalizada por essa situação, que deveria ser resolvida entre empresários e poder executivo, com apoio dos poderes legislativos. E que, inclusive, compreendem o lado econômico das empresas e votam sempre favoráveis a matérias enviadas pelo Município que concedem incentivos fiscais para compensar suas perdas financeiras, diante da inflação.
“Estamos saindo de reunião frustrados, sem sucesso. As empresas de forma truculenta não atendem apelo da população. Não pedimos novas linhas, mas a manutenção das existentes. Nosso ato é para dizer não à forma como a STTU e o Seturn tratam nossa comunidade. Hoje foi péssimo vermos a visão dos empresários em só querer lucro sem ver a questão social dos trabalhadores. Não é questão de segurança e espaço físico. A alegação que pesa mesmo é a financeira, econômica. Isso precisa ficar claro para a população”, destacou o deputado estadual Ubaldo Fernandes.
Já o vereador Herberth Sena enfatizou: “Não podemos aceitar o que estão fazendo conosco. Já retiraram várias linhas e estamos unidos nessa batalha em defesa da população contra essas medidas absurdas”. O vereador Eribaldo Medeiros, por sua vez, declarou: “Nós já perdemos o terminal da Brasília Teimosa e não podemos perder agora o das Rocas. São 40 mil pessoas prejudicadas. Convocamos a população pra essa mobilização amanhã cedo, para termos força pra resolver o problema”.
Reforma do terminal das Rocas
A STTU gastou R$ 256.701,07 com a reforma do Terminal das Rocas. No entanto, com a saída das linhas do bairro, a estrutura rodoviária fica subutilizada. A obra recebeu adequação nas instalações elétricas, hidrossanitárias, acessibilidade e revisão da cobertura.
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