A facção criminosa apontada como a responsável pelos ataques ocorridos no Rio Grande do Norte desde a última terça-feira (14), denominada Sindicato do Crime, aparece em uma lista de organizações perigosas monitoradas pela rede social Facebook.
A lista criada pela rede social conta com nomes de grupos e pessoas consideradas perigosas em todo o mundo, divididas em cinco seções: Terrorismo, Movimentos sociais militarizados, ódio, criminoso, e Atores violentos não estatais.
A facção potiguar aparece na lista de “Criminosas”, que corresponde a 4,9% do total das instituições listadas.
A origem da lista criada pelo Facebook é de 2012, quando autoridades dos Estados Unidos demonstraram grande preocupação com relação ao recrutamento online de pessoas interessadas em integrar grupos terroristas.
Em uma busca no documento, de exatas 100 páginas, por organizações oriundas do Brasil, é possível encontrar 36 resultados.
Todos eles estão listados na categoria “Criminosos”, ao lado de instituições de países da América do Norte, Europa, África, e de vizinhos da Colômbia na América do Sul.
Para se ter uma noção das instituições avaliadas e listadas, aparecem também no documento, na categoria “Terrorismo”, entidades conhecidas internacionalmente como o Estado Islâmico e o Hezbollah.
As origens do Sindicato do Crime
De acordo com o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte, que em uma denúncia junto à Justiça Estadual fez um perfil da organização, o Sindicato do Crime é, atualmente, a facção de maior abrangência e influência no estado potiguar, originando-se de uma dissidência do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção paulista que aqui passou a atuar no RN a partir de 2007.
A divergência que originou o Sindicato do Crime tem base na insatisfação de membros locais com os altos valores das mensalidades (incompatíveis com a realidade local) e com as rigorosas punições (agressões físicas, expulsões de pavilhões e até homicídios), bem como obediência irrestrita às ordens advindas do estado de São Paulo, sem possibilidade de contestação, mesmo quando dissociadas da realidade regional potiguar.
As primeiras ideias do Sindicato do Crime foram formuladas no ano de 2012, sendo a institucionalização da organização datada de 27 março de 2013, de acordo com um estatuto criado pelos membros da organização criminosa.
No início deste processo estava José Kemps Pereira de Araújo, o ‘Alicate’, que passou pelos comando do PCC e ajudou a formar a principal facção criminosa do Rio Grande do Norte.
Ele compõe a cúpula do Sindicato, chamada “Final”, e que tem a função de “dar a última palavra” nos assuntos de interesse da organização criminosa.
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