Após recusar nova proposta apresentada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e decidir por manter a greve, o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) continua com paralisações nos aeroportos do país nesta sexta-feira (23).
Por volta das 7h40, entre os nove aeroportos nos quais estavam previstas paralisações, foram registrados atrasos em Congonhas (São Paulo; 4 voos), Santos Dumont (Rio; 8 voos), Fortaleza (1 voo) e Porto Alegre (1 voo), além de voos cancelados em Congonhas (7 voos), Santos Dumont (4 voos), Porto Alegre (3 voos), Confins (Belo Horizonte; 1 voo) e Viracopos (Campinas-SP; 1 voo). Os Aeroportos de Guarulhos, em São Paulo, Rio-Galeão e Brasília não registravam atrasos ou cancelamentos.
Parte dos tripulantes cruzam os braços por duas horas diariamente desde segunda-feira passada, sempre das 6h às 8h, para reivindicar aumento real dos salários e melhores condições de descanso. Por conta da greve, a orientação dos aeroportos é que os passageiros entrem em contato com as companhias aéreas para confirmar o status dos voos.
A nova proposta recusada pelo SNA previa reposição de 100% da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais aumento real de 1%. Por determinação do TST, a greve pode atingir somente 10% dos funcionários das empresas. O sindicato afirma que a determinação está sendo cumprida e o movimento ocorre dentro da legalidade.
O SNA aponta que decidiu pela greve “tendo em vista os altos preços das passagens aéreas que têm gerado crescentes lucros para as empresas”. A categoria também reivindica que as empresas “respeitem os horários de início e de término das folgas e que não programem jornadas de trabalho de mais de três horas em solo entre duas etapas de voo”.
O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) alega que o preço das passagens aéreas foi fortemente impactado por conta da pandemia e que houve aumento dos custos para as companhias – as quais, segundo o sindicato patronal, acumulam prejuízo.
Em nota divulgada nesta quinta-feira (22), antes da votação da nova proposta pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas terminar, o SNEA ressaltou que negocia desde outubro com o SNA, “para preservar os direitos dos tripulantes, estendendo a validade da CCT vigente até o fim das negociações, e garantir as viagens aéreas dos passageiros, especialmente durante a alta temporada.”
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