Com expectativa de fortalecimento das atividades econômicas a partir do segundo semestre deste ano, em razão do arrefecimento da pandemia da Covid-19 motivado pela vacinação dos potiguares — a previsão dos gestores públicos estaduais é de que a população adulta esteja imunizada até setembro —, o setor da construção civil do Rio Grande do Norte aguarda com bom ânimo a retomada das atividades ao longo dos próximos meses. O termômetro deste fenômeno é o anúncio de diversos empreendimentos imobiliários para Natal e Região Metropolitana.
Segundo dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), as vendas de imóveis devem crescer em 35% em 2021. Ato contínuo, as empresas potiguares do setor já iniciam e reforçam seus lançamentos. “O setor da construção civil vem apresentando sinais de recuperação como toda a economia de uma forma geral. Os índices de crescimento surpreenderam o mercado no ano de 2020”, revela Marcus Aguiar, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Norte (Sinduscon).
De acordo com ele, diante da nova realidade, as pessoas estão procurando outras formas de investir nas próprias economias. Isso faz crescer a procura de novos investidores pelo mercado imobiliário ou mesmo fundos imobiliários. Soma-se ainda as taxas de crédito imobiliário que devem permanecer baixas, avalia a indústria da construção civil, apesar do aumento da inflação.
Em razão disso, ainda no primeiro trimestre de 2021, o volume de financiamentos imobiliários avançou em 113% se comparado ao mesmo período do ano passado, de acordo com os dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
O momento, analisam especialistas no mercado imobiliário, também é favorável para quem vende, ou seja, para os corretores de imóveis. A corretagem de imóveis tem sido a oportunidade de uma nova carreira os potiguares.
Para Marcus Aguiar, os números do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2021, que apresentaram crescimento de 1,2% no Brasil, servem para alavancar o setor da construção civil. “Vale destacar que além da demanda reprimida existe um volume de recursos aplicados “gigantesco” em caderneta de poupança principalmente, cujos recursos por lei devem ser aplicados na construção civil”, explica.
A indústria da construção civil potiguar avalia que a vacinação da população vai garantir, além da proteção contra a Covid-19, o fim de todas as restrições econômicas vigentes no Rio Grande do Norte. Segundo o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado em abril, a recuperação econômica depende da vacinação.
“Deve-se sempre considerar que um investimento em um imóvel é de longo prazo, sendo portanto pensado pelo adquirente, levando-se em conta boas perspectivas de emprego e renda, acreditamos e os números oficiais ratificam nosso pensamento que existe muito a ser feito na área de construção civil, seja para diminuir o déficit habitacional, seja para adotar o país das infra-estruturas necessárias”, reforça Marcus Aguiar.
Home office
A pandemia gerou mudanças no perfil dos imóveis mais buscados ao longo dos últimos meses. Residências confortáveis para a prática do home office lideraram o topo das pesquisas de compra e de aluguel.
Com isso, houve a necessidade de mais espaço para abrigar o “escritório”, e mais áreas de lazer para aproveitar os momentos de folga em tempos de distanciamento social.
Segundo Marcus Aguiar, houve a procura de habitações mais espaçosas ou mesmo mais distantes criando o novo mercado para as incorporadoras. “Portanto existem várias áreas para crescimento da construção civil, tais como, habitações, obras de infraestrutura, terceira residência para estrangeiros ou pessoas que queiram desfrutar de locais mais tranquilos com a possibilidade de trabalhar em Home Office, além do investimento em unidades industriais e na área de turismo e lazer”, encerra.
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