D.O PINTO BANDEIRA
Se passou mais de uma década, mas os produtores de Pinto Bandeira podem comemorar. Foi concedido e status de Denominação de Origem para os espumantes da região, a primeira exclusiva de borbulhas fora da Europa. Segundo o Instituto Nacional da Propriedade Industrial, o INPI, que “além das condições homogêneas do meio geográfico, ressalta-se a interação com fatores humanos, resultantes do saber fazer agrícola e vitícola dos produtores. Eles buscam selecionar as uvas com grau de maturação adequado, especificamente, para elaborar os melhores ‘vinhos base’ para espumantes, que requerem um menor teor alcoólico e uma acidez mais acentuada que aquela de ‘vinhos tranquilos’, garantindo o frescor necessário nos espumantes da DO Altos de Pinto Bandeira”. Assim será conhecida a nova denominação de origem, DO Altos de Pinto Bandeira, a região abrangerá 65 km², nos municípios de Pinto Bandeira, Farroupilha e Bento Gonçalves, todos no Rio Grande do Sul. A DO tem como característica uma altitude média de 632 metros acima do nível do mar, mas é composta por diversas ondulações que geram microclimas singulares. Para receber o selo, as vinícolas, além de estarem localizadas na região demarcada, terão que produzir seus espumantes com as uvas Chardonnay, Pinot Noir e/ou Riesling Itálico que obrigatoriamente devem estar em vinhedos conduzidos pelo método da espaldeira. A produção do vinho também foi regulada. Os espumantes obrigatoriamente devem ser produzidos pelo método tradicional, ou champenoise, com no mínimo 12 meses de guarda, e podem ser Nature, Extra-Brut, Brut, Sec ou Demi-Sec.
ESPUMANTES BRUT, EXTRA-BRUT E DEMI-SEC: QUAL A DIFERENÇA?
Séculos atrás, quando os primeiros Champagne foram inventados, as bebidas adocicadas estavam na moda. Naquela época, era comum acrescentar açúcar ao espumante e as quantidades não eram pequenas. Algumas empresas chegavam a colocar mais de 200 gramas de açúcar por litro. Isso mesmo, mais do que um refrigerante atualmente. Foi então que, por volta de meados do século XIX, os ingleses se cansaram de beber espumantes tão doces e solicitaram aos produtores algo mais “light”. Como o mercado inglês era um dos principais para Champagne, a solicitação foi logo aceita e, assim, nasceram os Brut – que, em francês, designa algo “grosseiro, não refinado, bruto”, ou seja, em estado natural. Ainda assim, os primeiros Brut geralmente tinham mais de 20 gramas de açúcar por litro. Com o tempo e o apuramento do paladar dos consumidores, essas quantidades foram caindo significativamente e, hoje, os Champagne Brut não podem ter mais do que 12 gramas de açúcar por litro segundo a legislação francesa. Tão logo se criou a Brut, nasceram outras categorias para diferenciar o teor de açúcar. A França, por exemplo, adota as categorias Doux, Demi-Sec, Sec, Extra Dry, Brut e Extra Brut, além do Brut Nature, em escala decrescente de concentração de açúcar. No Brasil, temos uma classificação bastante semelhante, porém, com algumas diferenças sutis na quantidade de açúcar permitida em cada uma delas.
VINHO DA SEMANA – LEYDA RESERVA SYRAH VALLE DE LEYDA D.O 2020
O vinho da semana é um espumante Extra-Brut brasileiro, proveniente da D.O Altos de Pinto Bandeira, local escolhido pelo enólogo Chileno Mario Geisse fundador da Cave Geisse, que o definiu como terroir excepcional para cultivar vinhas que originam espumantes de qualidade excepcional e com grande identidade. De todos os espumantes da linha Victoria Geisse, é neste Gran Reserva que começamos a notar mais intensamente as notas aromáticas da segunda fermentação em garrafa, o chamado método tradicional, mesmo utilizado em Champagne. Este rótulo demonstra toda a elegância que os espumantes da Serra Gaúcha são capazes de produzir. Ele passou 36 meses em contato com as borras finas. No olfativo apresenta notas de frutas brancas e cítricas, aromas de flores, além de aromas complexos de brioche e frutos secos, em boca é vívido e fresco, com ótima cremosidade e persistência. Distribuído pela Grand Cru importadora, R$ 329,90.
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