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Mourão nega que vá passar a faixa a Lula: ‘Não sou o presidente’

Segundo o vice de Bolsonaro, a passagem do adereço “é do presidente que sai para o presidente que entra”; general da reserva ainda desencorajou as manifestações com teor antidemocrático que acontecem no País

por: NOVO Notícias

Publicado 16 de novembro de 2022 às 10:13

Hamilton Mourão, vice-presidente da República - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Hamilton Mourão, vice-presidente da República – Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O senador eleito e vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), rejeitou assumir a entrega da faixa presidencial ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diante da possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro (PL) se recusar a fazer esse gesto. Segundo o general da reserva, a passagem do adereço “é do presidente que sai para o presidente que entra”. A falta da solenidade não é impeditiva para a posse do petista.

“Não adianta dizer que eu vou passar. Eu não sou o presidente. Eu não posso botar aquela faixa, tirar e entregar. Então, se é para dobrar, bonitinho, e entregar para o Lula, qualquer um pode ir ali e entregar”, afirmou, em entrevista ao Valor Econômico.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, a transmissão do adereço não passa de uma solenidade, ou seja, o gesto não é imprescindível para que o presidente eleito tome posse. O novo chefe do Executivo passa a ocupar formalmente o cargo após fazer juramento à Constituição no Congresso Nacional.

A próxima primeira-dama, Rosângela “Janja” da Silva, quer organizar uma cerimônia simbólica e fora dos protocolos no próximo 1º de janeiro, e não conta com a presença de Bolsonaro no dia.

A ideia da socióloga é que pessoas comuns, sem cargos, entreguem a faixa presidencial para Lula no Parlatório do Planalto.

Recado a bolsonaristas

Na mesma entrevista, Mourão deixou um recado para desencorajar as manifestações com teor antidemocrático que pedem “intervenção militar” no País. Segundo ele, a direita bolsonarista deve trabalhar politicamente para retornar ao Poder em 2026, além de se eleger para prefeituras em 2024.

Ele também opinou que “a política não pode estar dentro do quartel” e que a relação das Forças Armadas com o presidente eleito deve ser tranquila. “O Lula nunca meteu os pés pelas mãos junto às Forças”, disse.

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