O Nordeste tem potencial para ser um grande produtor do hidrogênio verde, considerado o ‘combustível do futuro’. Mas é preciso que a região planeje no presente essa inserção. É o que mostra um estudo realizado pela SAE4MOBILITY, Instituto de Ciência e Tecnologia da SAE BRASIL, a pedido do Plano Nordeste
O relatório aponta o passo a passo para os nove estados ingressarem na cadeia produtiva desse gás extraído da água, três vezes mais potente que a gasolina e que não gera poluição quando consorciado a energias renováveis.
Intitulado “Mapeamento de Cadeias de Mobilidade”, o documento contextualiza o hidrogênio verde no panorama energético brasileiro e mundial e descreve o que governos e iniciativa privada precisam fazer para impulsionar o uso do H2V, como é chamado.
No estudo, a SAE4MOBILITY cita três desafios a serem superados: preço; distribuição e armazenamento; e transporte. “Cada um desses temas tem infinitas soluções, e no documento indicamos exemplos de como os governos estaduais e federal e a iniciativa privada podem ajudar a alavancar essa tecnologia e trazer benefícios para o Nordeste e para o país”, afirma o principal autor do estudo, Camilo Adas, presidente do conselho da SAE4
O H2V tem no Nordeste um terreno propício para o seu desenvolvimento, uma vez que sua produção depende de fontes renováveis de energia. É que o hidrogênio só pode ser chamado de verde quando a eletricidade envolvida no processo de obtenção do gás tem emissão baixa de gases do efeito estufa. O hidrogênio marrom e o cinza, por exemplo, são produzidos a partir de combustíveis fósseis, e portanto emitem muitos gases estufa em sua produção.
O relatório destaca que, atualmente, 84% da energia gerada no Nordeste é renovável. A fonte hidrelétrica gera 30.082 gigawatts ao ano (31%); a eólica, 48.706 (49%) gigawatts e a solar, 3.643 gigawatts (4%). Quando se leva em consideração o potencial de crescimento das renováveis, a região se destaca inclusive no cenário internacional.
Isso porque o Nordeste, além de agregar os elementos necessários para a produção, tem uma posição privilegiada para sua exportação. O hidrogênio verde é visto por outros países como um dos caminhos possíveis para cumprirem suas metas climáticas e abandonarem as fontes fósseis, como o carvão, na geração de energia, e a importação pode se tornar viável neste cenário.
Porém, além da exportação, o H2V no Nordeste pode servir de alavanca para o desenvolvimento industrial verde da região, estimulando a vinda de empresas multinacionais para solo brasileiro, e promovendo a mobilidade elétrica ainda incipiente no contexto nacional.
Estão em processo de criação no Brasil, alguns hubs de produção de hidrogênio, dois deles no Nordeste. O mais avançado, com contratos assinados, é o hub do porto do Pecém, no
O H2V está inserido no Plano Nordeste
Um dos pontos principais para promover o Nordeste como polo produtor mundial de hidrogênio verde é o fornecimento de energia renovável a um custo reduzido para a produção, o que pode estimular a instalação de torres eólicas no mar, chamadas offshore.
“Ainda que sejam mais benéficas para o clima do planeta em comparação com gás e carvão, as torres eólicas offshore não estão livres de gerar outros impactos ambientais e sociais, especialmente se forem feitas de afogadilho”, explicou a coordenadora do Plano
Confira o mapeamento completo aqui.
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