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Psicólogo analisa uso de aplicativos de relacionamento durante a pandemia

Diante do aumento da procura por essas plataformas, especialista ressalta que tecnologia promove aproximação, mas mostra apenas um aspecto da vida do indivíduo

por: NOVO Notícias

Publicado 8 de junho de 2021 às 14:32

Imagem ilustrativa – Foto: Cedida

Mais um Dia dos Namorados em distanciamento social devido à pandemia do novo coronavírus se aproxima. Quem estava solteiro e segue cumprindo o isolamento, sem sair para bares e sem paquerar pessoalmente, passou a depender de métodos tecnológicos para conhecer novas pessoas de forma segura.

De acordo com levantamento feito pelo Tinder, um dos aplicativos de relacionamento mais utilizados por jovens de 18 a 25 anos, 60% dos novos membros recorrem à plataforma porque “se sentem solitários” e desejam conhecer novas pessoas.

Em comparação com o ano anterior, o número de matches, que é quando acontece uma combinação pela troca de curtidas entre os perfis, cresceu 42% em fevereiro de 2021 e 19% mais mensagens foram enviadas por dia. Outro dado interessante levantado é que as conversas foram 32% mais longas durante o período de pandemia.

Para o psicólogo e docente da Estácio, Zacarias Ramalho, que estuda a busca de parceiros para relacionamentos a longo prazo, a tecnologia de fato promove a aproximação, principalmente nesse período em que vivenciamos. Entretanto, ele alerta, é preciso cautela com a forma com que procedemos nesse flerte digital.

“O uso da tecnologia trouxe uma problemática para a busca de parceiros, que é a visão de um único aspecto da vida do indivíduo por meio das redes sociais e aplicativos de relacionamentos. Ali, buscamos pessoais ‘ideias’, vendo apenas um recorte da vida real, e isso pode gerar frustrações”, explica o docente.

Apesar disso, muitos casais surgem cada vez mais a partir dos apps de relacionamento. O contato que começa no chat do próprio aplicativo, evolui para troca de áudios e videochamadas até ir para a vida real.

“O uso desses aplicativos será uma tendência de comportamento, especialmente por serem facilitadores do processo de busca de um parceiro, mas não substituem o contato físico”, diz o professor.

Como forma de compensar esse contato, as menções a gestos que remetem ao toque, como abraços, cafunés e o ato de “segurar a mão”, cresceram 23% entre os usuários do Tinder.

Para um uso saudável desses aplicativos, o psicólogo destaca que é importante que ambas as partes estejam confortáveis com a forma e velocidade que o relacionamento começa a ser desenvolvido. “A beleza da coisa está em poder conhecer o outro de forma única, mas deve ser feito sempre com segurança, sem se expor nem enviar fotos íntimas ou informações pessoais enquanto ainda se conhece quem está do outro lado”, aconselha.

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