Na última edição, iniciamos uma série sobre as propostas dos candidatos ao Governo do Estado do Rio Grande do Norte, tomando como base o plano de gestão de cada um. Após abordarmos a educação, nesta edição, é a vez de tratarmos sobre o tema da saúde.
FÁTIMA BEZERRA
Inserido no Eixo “Desenvolvimento Humano e Social e Segurança Pública”, o plano para a Saúde Pública em uma segunda gestão de Fátima Bezerra contém 12 diretrizes, com as quais ela pretende alavancar o fortalecimento do serviço.
Durante a primeira gestão, ainda em curso, a saúde talvez tenha sido o maior desafio da candidata petista, dadas as circunstâncias impostas em decorrência da pandemia do novo coronavírus, que assola o mundo todo desde o primeiro semestre de 2020, ou seja, desde a primeira metade da gestão.
Fátima vê com bons olhos a gestão da saúde em um potencial segundo mandato. Para ela, o planejamento ganha novas perspectivas, pois o trabalho de “arrumação da casa” propiciou a chegada de novos investimentos e um consequente ambiente de confiança aos investidores. Confira algumas das principais propostas de Fátima Bezerra para um segundo mandato:
> Avançar no processo de regionalização da saúde, estruturando e qualificando as redes de atenção em todas as regiões de saúde, ampliando e qualificando a oferta de serviços com a implantação dos consórcios de saúde interfederativos.
> Implantação de 06 novas policlínicas nas regiões de saúde para assegurar o acesso a consultas e exames especializados, com a expansão do Programa de Atenção Especializada Ambulatorial (Trairi/Potengi; Matogrande; no agreste na cidade de Canguaretama; no alto Oeste, na cidade de Pau dos Ferros; no Vale do Assu, na cidade de Assu; e mais uma unidade no Seridó).
> Criação do programa de investimentos em saúde para modernizar a rede de serviços do Sistema Único de Saúde no RN, com destaque para a construção e implantação de um novo Hospital de Urgências e Emergências na Região Metropolitana de Natal (RMNatal), um novo laboratório de saúde pública e ampliação e qualificação da capacidade de atendimento dos hospitais regionais.
> Implantação de uma Política Potiguar de Atenção Primária no Estado voltada para o aumento da resolutividade do cuidado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) mediante apoio aos municípios, através dos Consórcios Regionais de Saúde, nas seguintes ações: a) Telemedicina; b) ampliação do suporte diagnóstico; c) articulação com a Atenção ambulatorial especializada; d) educação permanente dos profissionais; e) apoio à qualificação da gestão; f) suporte para a saúde digital; e g) criação, em articulação com as universidades, de um programa de provimento de profissionais para Atenção Primária à Saúde (APS) na modalidade de residência médica e multiprofissional.
> Avançar no processo de Regulação do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado, com a implantação dos sistemas de regulação de leitos, consultas e exames e cirurgias, organizado em bases regionais, de modo a facilitar o acesso e promover a transparência na utilização dos serviços.
> Consolidar as ações de modernização administrativa em curso na Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP/RN) com atualização de normas e processos administrativos com vistas à melhoria do desempenho institucional, incluindo a implantação dos consórcios como instância autárquica e a adoção de novas modalidades de gerência de serviços na lógica do interesse público.
FÁBIO DANTAS
Em seu plano de governo, o candidato Fábio Dantas (SD) reforçou que “a saúde do RN vive um colapso, mesmo com um repasse extraordinário de recursos pelo Governo Federal no período da pandemia” e ressaltou que os problemas de décadas continuam os mesmos: superlotação dos hospitais, desabastecimento das unidades, filas de esperas por cirurgias eletivas e exames, atendimento ruim, óbitos por falta de leitos de UTI, etc.
Para ele, a solução passa pela integração entre as três esferas do governo e consiste na implantação das chamadas redes de atenção à saúde. Na prática, segundo o candidato do Solidariedade, o problema da saúde do RN é um grande problema de logística, potencializado pela falta de modernização, pois muitas unidades de saúde municipais e estaduais ainda estão no tempo do ‘papel’. Se eleito, seu plano de governo atuará em 13 frentes, dentre as quais se destacam as seguintes propostas:
> “Municípios saudáveis” – Através do programa “Repasse inteligente”, os municípios que realizarem a informatização e integração de 100% das suas unidades com o sistema SUS e que aderirem às redes de atenção à saúde, serão remunerados com mais repasse de ICMS que aqueles que não o fizerem;
> “Saúde eficiente” – Este item consiste na ampliação da rede privada de prestadores da saúde, e todos os procedimentos só serão pagos quando devidamente alimentados com muita transparência nos sistemas informatizados do Governo do Estado;
> “Trocando impostos em saúde” – A proposta visa permitir que os prestadores de serviço que têm dívida com o Governo possam revertê-la em prestação de serviços à população, facilitando a regularização fiscal dos prestadores e reduzindo as filas de cirurgias eletivas e de exames.;
> “Saúde perto de você” – Algumas unidades estaduais, principalmente, as do interior, serão transformadas em unidades das redes de atenção à saúde, tipo policlínicas, Pronto Socorro, leitos de retaguarda, CER, CAPS, UPAS, Salas de estabilização, Centros de parto Normal, SAMU etc., sendo custeadas com recursos do SUS e prestando serviços de forma eficiente não só para os cidadãos daquele município, mas também para os cidadãos dos municípios vizinhos.
> “Mais recursos, mais saúde” – A Secretaria de Saúde terá seu setor de captação de recursos em Brasília valorizado e capacitado continuamente para captar cada vez mais recursos para a saúde do povo do RN;
> “Saúde na palma da mão” – Tendo como exemplo planos de saúde privados de todo o país, o cliente do SUS no RN terá na palma de sua mão um canal para marcar consultas e exames, realizar consultas através da telemedicina, verificar o resultado de seus exames, realizar pedido de autorização de exames e cirurgias, marcar a retirada de seus medicamentos, consultar a rede de unidades de saúde disponíveis e perto de sua casa pelo tipo de atendimento desejado, agendar vacinação, cartão de vacina, dentre outros serviços.
STYVENSON VALENTIM
O candidato Styvenson Valentim (PODE) tem em seu documento de diretrizes que pretende aplicar no Estado, caso seja eleito, uma série de propostas para a saúde pública divididas em quatro grandes grupos, a saber: Administração, Logística e Infraestrutura, Tecnologia da Informação e Assistência à Saúde.
Importante frisar que na abertura de suas propostas ao setor, o candidato Styvenson destaca que a Secretaria de Estado da Saúde Pública é uma das que “consomem o maior orçamento do Estado” e, que, por isso, pretende propor soluções para o déficit orçamentário dentro das despesas da própria pasta, ou seja, contenção de gastos, aliada a um possível aumento de receitas. Confira as principais propostas:
Administração:
> Dimensionamento dos Recursos Humanos – Promover a edição de um manual de dimensionamento da força de trabalho dos servidores da Saúde, em conformidade com normas do Ministério da Saúde (MS), e a implantação de um sistema informatizado que possibilite a definição da quantidade necessária de pessoal em cada unidade que tenha relação com a pasta, com a finalidade de gerir recursos humanos com eficiência e economia.
> Aumento do faturamento da Saúde – Criar um grupo de trabalho com objetivo de promover a habilitação e homologação de todos os serviços disponibilizados pela pasta, bem como de fazer faturamentos necessários junto ao Ministério da Saúde para que possa garantir o recebimento de recursos do Governo Federal e viabilizar equilíbrio orçamentário no órgão.
Logística e Infraestrutura:
> Armazenagem de Medicamentos, Insumos e Materiais Hospitalares – Neste item, o candidato propõe a adoção de técnicas modernas, sem explicar quais, de armazenagem, rastreamento, transporte e entrega de materiais, com o fim de evitar perdas e desperdícios.
Tecnologia da Informação:
> Marcação de Consultas e Exames – O candidato propõe a implantação de um sistema informatizado que possibilite aos cidadãos a marcação de consultas e exames por meio de um aplicativo de celular.
> Teleconsultas – Neste ponto, o candidato propõe que a Secretaria de Saúde Pública do RN implante um sistema que, após a marcação online de consultas, o atendimento também possa ser feito por meio virtual.
Assistência à Saúde:
> Hospital Universitário – O candidato propõe que, por meio de articulação junto à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), seja promovida a transformação do Hospital Regional Tarcísio Maia, em uma unidade hospitalar universitária, objetivando o uso do equipamento para a prática de atividades no ensino da saúde e proporcionando a formação de bons profissionais.
CLORISA LINHARES
A candidata do PMB, Clorisa Linhares, em seu plano de governo, trata a ampliação, estruturação, qualificação e gestão de resultados associados à tecnologia como ferramentas fundamentais para reorganização e melhoramento da saúde no Rio Grande do Norte.
Clorisa Linhares também afirma ser fundamental fortalecer os sistemas de apoio logístico e de governança do SUS, tendo um sistema moderno de regulação e avançados meios da tecnologia e informação. Dentre as várias propostas apresentada pela candidata, seguem algumas:
> Investir em políticas públicas preventivas na primeira infância que se inicia desde o início da gravidez e requer uma monitorização do estado de saúde da mãe e do seu bebê, garantindo uma assistência nutricional das mães;
> Buscar a integração das unidades de saúde estaduais e municipais através da implantação do prontuário eletrônico, para que se tenha fichas médicas on-line, disponíveis em qualquer unidade pública de saúde do estado, facilitando a implementação de uma medicina preditiva;
> Reforçar a rede de hospitais-polo no interior, aumentando a capacidade de atendimento, bem como, fortalecer a rede de Hospitais de Pequeno Porte, aumentando a capacidade resolutiva, conforme necessidade de cada região;
> Apoiar a inclusão de novas especialidades e exames em Policlínicas Regionais de acordo com as demandas e necessidades da população residente, nos municípios e regiões de Saúde, viabilizado através de convênios e parceria com instituições da iniciativa privada;
> Ampliação de leitos de retaguarda no Estado, incluindo o incentivo a parceria com os hospitais privados com e/ou sem fins lucrativos, principalmente leitos de longa permanência, traumatologia e Unidade de Tratamento Intensivo (UTI);
> Ampliar a quantidade de mamógrafos, aparelhos de ressonância, ultrassom, cintilografia e eletroneuromiografia nos hospitais estaduais, bem como tomografia nos hospitais-polo;
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