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Parlamentares priorizam medidas paliativas e mantêm tudo como está

Juntas, as transmissões da última sessão ordinária da semana da Câmara Municipal de Natal e da Assembleia Legislativa do RN, pelo YouTube ,não obtiveram nem 200 vizualizações

Publicado 10 de junho de 2022 às 08:03

Quinze minutos. Esse foi o tempo de duração da sessão ordinária desta quinta-feira, 9 de junho de 2022, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte que, de acordo com a deputada Cristiane Dantas (Solidariedade), que assumiu a presidência dos trabalhos depois que o  ocupante oficial do cargo, Ezequiel Ferreira (PSDB), informou não poder permanecer durante toda a longa sessão, contou com a participação de 11 dos 24 integrantes da atual legislatura.

 

Aos 11 minutos da sessão que durou 15, o presidente da ALRN, Ezequiel Ferreira, se retirou

 

Nesse, que foi o último dia útil para os parlamentares, já que as sessões acontecem às terças, quartas e quintas-feiras, a pauta foi reflexo do que a sessão demonstrou: falta de integração e debate entre os representantes do povo na casa legislativa. Imbuídos em mostrar algum trabalho, a pauta foi recheada, entre outras coisas, de pedidos de recapeamento de diversos trechos das estradas do RN ao Governo do Estado. 

Se você mora no RN, sabe que as rodovias estaduais estão em condições tão precárias quanto as vias da capital potiguar. Só buracos. Por que, então, os deputados não discutem projetos conjuntos e estruturantes que sejam capazes de dar respostas mais definitivas ao problema, ao invés de remendar pequenos trechos, já que as operações de tapa-buraco são apenas medidas paliativas?

Não é muito difícil perceber que se fizessem isso, os parlamentares dariam respostas reais às diversas demandas dos cidadãos, de transporte, segurança e saúde –  ah, teve pedido de ambulância também, para garantir a “ambulacioterapia” de algum município pra Natal. A questão é, se os problemas foram realmente resolvidos, a fonte do assistencialismo acaba, né? Então, o melhor – para eles – é manter as coisas como estão, viabilizando apenas a maquiagem que, na primeira chuva, se desfaz.

A realidade foi um pouquinho melhor Câmara Municipal de Natal, mas não muito. A sessão durou pouco mais de uma hora, com uma pauta que incluiu projetos rejeitados pela Comissão de Legislação, Justiça e Redação Final, sem que os proponentes nem lá estivessem para esclarecer as propostas, e uma série de requerimentos para a concessão de títulos de cidadão natalense, que é o que mais sai daquela Casa. 

Houve ainda a análise em primeira e/ou segunda discussão de projetos sobre a criação de um dossiê sobre as mulheres atendidas pelas políticas públicas do município; outro para a criação de um programa de incentivo à prática de futebol feminino nas escolas da rede municipal; proposta de criação do programa municipal de saúde veterinária para viabilizar o atendimento gratuito de animais domésticos abandonados e/ou de cidadãos de Natal; e a criação do dia municipal do Orgulho LGBT, em 28 de julho. Todos aprovados pelos 14 dos 29 vereadores que participaram da sessão ordinária.

Ah! Vale registrar o pedido de abertura de processo na comissão de ética feito pelo vereador Anderson Lopes (Solidariedade) contra Robério Paulino (PSOL), por tê-lo chamado de moleque no plenário, na sessão do dia anterior. 

Assim terminou a semana de trabalho dos representantes da população de Natal e do Rio Grande do Norte que, mesmo com as atividades exibidas pelo YouTube, não conseguiram juntos obter 200 visualizações nas transmissões das referidas sessões.