Estado potiguar está entre os que receberam menos verbas, o que fragiliza discurso de ministros sobre montante inédito de recursos federais destinados ao RN por Bolsonaro
Publicado 18 de maio de 2022 às 14:16
Uma matéria publicada no início desta semana pelo portal G1 mostrou enorme desigualdade na destinação dos recursos do governo Bolsonaro através do orçamento secreto aos estados brasileiros e apontou que o RN ficou para trás nessa partilha, comparando o número de habitantes do Estado e o valor recebido até agora.
Os dados, que foram repassados – em parte – ao STF pelo Congresso Nacional, por determinação do próprio tribunal, indicam que o Estado potiguar está entre os menos favorecidos pelas emendas do relator incluídas nos orçamentos de 2021 2022, apesar de ter dois ministros – Fábio Faria (Comunicações) e Rogério Marinho (ex-Desenvolvimento Regional) – que vivem alardeando que o RN nunca recebeu tantas verbas federais como na gestão bolsonarista.
Com cerca de 3,5 milhões de habitantes, o RN recebeu pouco mais de R$ 130 mil em emendas do orçamento secreto – de uma parcial de R$ 10,9 bilhões (discriminados pelo Congresso) dentro do total de R$ 37 bi. Ou seja, uma média de R$ 37,13 por morador do RN. Comparando com Roraima, por exemplo, é possível ter noção da assimetria: mesmo com cerca de 650 mil habitantes, o estado do Norte angariou nada menos do que R$ 450 milhões em emendas de relator, ou R$ 679,93 por morador.
Diante dos dados parciais apresentados pelo Congresso, parece que o RN não teve tanta sorte assim em ter dois ministros no governo Bolsonaro, como também avaliou o presidente da Assembleia Legislativa e do PSDB, deputado Ezequiel Ferreira.
Além da desigualdade na distribuição ‘per capita’ dos recursos, a reportagem do G1 indica que os maiores beneficiados com as emendas são juntamente partidos aliados do governo e estados cujas lideranças políticas são apoiadores de Bolsonaro.
“Entre os senadores que apresentaram dados ao STF, os campeões de indicações são o próprio relator do Orçamento de 2021, Márcio Bittar (União-AC), e Eliane Nogueira (PP-PI), mãe e suplente do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI)”, diz a reportagem, que destaca que “Bittar e Eliane indicaram, respectivamente, R$ 460,3 milhões e R$ 399,3 milhões em 2021”. “Somadas, as emendas dos dois parlamentares superam o orçamento previsto para a Defensoria Pública da União (R$ 607,83 milhões), o Supremo Tribunal Federal (R$ 712,4 milhões) e até a Presidência da República (R$ 815,14 milhões) no ano passado”, ressalta o portal.
Leia a reportagem na íntegra:
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