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Forro do teto do maior hospital público de Recife cai e água de cano estourado atinge pacientes da unidade de trauma

Duas placas de gesso caíram no Hospital da Restauração nesta segunda (2). Imagens mostram pacientes, alguns intubados, sendo removidos às pressas do local.

por: NOVO Notícias

Publicado 3 de maio de 2022 às 06:26

Imagens mostram o momento em que um pedaço do forro cai — Foto: Reprodução

Placas de gesso que compõem o forro do teto do Hospital da Restauração (HR), na área central do Recife, caíram na tarde desta segunda-feira (2) e a água de um cano estourado atingiu pacientes da unidade de saúde, que é a maior da rede pública do estado. Imagens divulgadas pelo g1 PE mostram a queda do forro e o desespero de pacientes e funcionários. Veja:

O caso ocorreu por volta das 13h30 na unidade de trauma, quando um cano estourou, de acordo com a assessoria de imprensa do Hospital da Restauração. O vídeo mostra pacientes, alguns intubados, sendo removidos do local onde estavam às pressas.

Também é possível ouvir gritos de pacientes e o desespero de um profissional de saúde pedindo para preparar material para intubação. Não houve feridos e o atendimento não foi interrompido, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (confira resposta mais abaixo), que informou que 10 pacientes da sala vermelha e 86 pacientes da sala laranja foram removidos provisoriamente e depois retornaram.

Um homem que estava no local no momento da queda do forro descreveu a situação e pediu providências ao governo de Pernambuco.

“Olha que agonia, pessoal. Tudo isso é água. Os pacientes intubados, a gente precisando de cirurgia, as enfermeiras todas trabalhando para tirar os pacientes, olha aí seu Paulo Câmara [governador], o cidadão aqui intubado levando um banho aqui”, disse, na gravação.

De acordo com o presidente do Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Pernambuco (Satenpe), Francis Herbert, há inúmeros problemas estruturais nas unidades de saúde do estado, o que coloca em risco as vidas dos pacientes.

“Tinham pacientes graves, intubados e que realmente estão precisando de atendimento, com risco iminente de morte, e o teto caiu, foi água para tudo quanto é canto. Infelizmente essa é a estrutura das nossas unidades de saúde. A gente vem denunciando isso e, infelizmente, o governo e as autoridades não dão atenção”, afirmou Francis.

O diretor do Hospital da Restauração, Miguel Arcanjo, explicou que o vazamento aconteceu em uma tubulação que extravasou na sala laranja 1 e a água terminou se espalhando também pelas salas vermelha e laranja 2. Ele afirmou que nenhum paciente sofreu danos.

“Caiu água em paciente, mas teto não. Os pacientes que estavam nas (salas) laranjas e na vermelha foram evacuados, levados para outro setor do hospital. Limpamos todas as áreas e os pacientes estão de volta e, graças a Deus, não aconteceu nada demais, está tudo está sob controle”, disse.

O acesso aos visitantes foi temporariamente bloqueado na unidade de saúde. Paulo Roberto está com o pai internado na ala vermelha e ficou revoltado com a falta de informações.

“Está lá dentro e não deram informação nenhuma ainda. Só fizeram isso aqui, reforçaram aqui na frente a segurança para que a gente não tivesse acesso ao local onde tem informação. Isola a família e seja o que Deus quiser lá dentro”, declarou.

Resposta do governo

Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) afirmou que o vazamento de água ocorrido no Hospital da Restauração “se deu por conta do rompimento de uma tubulação de água potável”. O caso aconteceu no 1º andar, em uma das salas da enfermaria, e “a vazão da água pressionou duas placas de gesso, fazendo com que cedessem”.

No texto, a SES declarou que “o problema foi pontual e não está relacionado a estabilidade estrutural do prédio”. Também disse que, segundo a direção do hospital, “não houve registro de pacientes feridos ou atingidos e o serviço não foi paralisado”.

Após o ocorrido, a equipe médica removeu, provisoriamente, 10 pacientes da sala vermelha e 86 pacientes da sala laranja. Segundo a SES, todos eles retornaram às salas.

“A equipe de manutenção, que também foi acionada, conteve o vazamento em poucas horas, assim como a equipe de limpeza, que higienizou o local. Por prevenção, foram retiradas outras placas de gesso até o total reparo da tubulação e recolocação das placas”, disse a SES.

 

g1 PE também procurou o governo de Pernambuco para pedir um posicionamento sobre as críticas à gestão da área de saúde pelo Executivo estadual, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

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