Justiça

“Quatro anos que não tenho uma noite de paz”, diz viúva de Marielle

Vereadora do PSol e motorista foram assassinados em 14 de março de 2018. Família cobra identificação dos mandantes do crime

por: NOVO Notícias

Publicado 14 de março de 2022 às 07:18

Mônica Benício. Foto: Reprodução

Os assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes completam quatro anos nesta segunda-feira (14/3). Em entrevista ao Metrópoles, a família da parlamentar cobra que as autoridades do Rio de Janeiro aprofundem a investigação e identifiquem os mandantes do crime.

Marielle e Anderson foram assassinados a tiros no Estácio, região central do Rio, na noite de 14 de março de 2018, quando saíam de um debate. Após diversas reviravoltas, uma investigação da Polícia Civil concluiu que eles foram mortos pelo ex-policial militar Ronnie Lessa, com a ajuda do também ex-militar Élcio Queiroz, que dirigiu o carro usado no atentado.

Mônica Benício (PSol), a viúva de Marielle, abandonou a carreira de arquiteta para seguir os passos da ex-companheira e se elegeu vereadora em 2020. “Posso garantir que faz quatro anos que não tenho uma noite de paz na minha vida”, afirmou ao Metrópoles.

Depois da resposta que não convenceu a família, de que Ronnie Lessa cometeu o assassinato motivado apenas por ódio, Mônica ainda tem esperança de que serão revelados os mandantes do crime.

“Não cogito a possibilidade desse assassinato não ser elucidado. Mas é desanimador, cansativo e muito preocupante chegar ao marco de quatro anos sem a resposta de quem foi que mandou a Marielle e por quê”, afirmou a viúva.

Ela tenta levar adiante o legado da ex-companheira, “para que Marielles possam florescer e viver suas vidas plenas e não as terem ceifadas por uma política machista”.

A chance de desvendar o motivo do assassinato não parece tão diferente de dois anos atrás, quando Lessa e Queiroz foram presos. A família não soube de mais nenhum desdobramento ou possível suspeito.

“Já houve a quinta troca de delegado. O que o Estado brasileiro diz hoje, enquanto não responde quem mandou matar Marielle, é que tem um grupo político capaz de assassinar como forma de fazer política e que isso é passível de impunidade”, afirmou.

“Estou cansada de fazer reuniões protocolares, para instituições dizerem que estão trabalhando, mas que não podem me apresentar resultados.

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