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Artistas chamados por Caetano Veloso se uniram a manifestantes para protesto em Brasília

‘Ato pela Terra’, realizado na Esplanada dos Ministérios nesta quarta (9), criticou projetos de lei que tramitam no Congresso e ameaçam meio ambiente.

por: NOVO Notícias

Publicado 10 de março de 2022 às 09:01

Artistas chamados por Caetano Veloso se uniram a manifestantes para protesto em Brasília – Foto: Reprodução/TV Globo

Tocando instrumentos musicais, carregando faixas e gritando palavras de ordem como “não ao desmatamento”, manifestantes se reuniram em frente à Esplanada dos Ministérios nesta quarta (9) no ‘Ato pela Terra’. Grupos de artistas convocados pelo músico Caetano Veloso também participaram do movimento, que teve como objetivo criticar projetos de lei que tramitam no Congresso e ameaçam meio ambiente.

Apesar do calor em Brasília, muitas pessoas fizeram o percurso da Rodoviária do Plano Piloto até o Congresso Nacional a pé.

Um trio elétrico acompanhou a manifestação e, do alto, representantes de organizações da sociedade civil discursaram contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Indígenas que estão no DF para protestar contra projeto que autoriza a exploração de terras para o garimpo também participaram.

Ao todo, 42 pessoas fazem parte da comitiva de artistas convocados por Caetano Veloso, entre atores e músicos. Para eles, a manifestação na capital federal foi fundamental para chamar a atenção sobre a atual política ambiental no Brasil. “Queria dizer que é fundamental esse encontro, o que aconteceu nesta tarde”, disse Nando Reis.

A atriz Christiane Torloni agradeceu a participação do público. “Eu me curvo ao povo brasileiro. Onde é o lugar do povo? Na praça. Viemos aqui dizer que juntos estamos mais unidos do que nunca”, falou. “Queremos vida. Que o planeta continue azul, não com sangue negro, indígena derramado. Vamos dizer não a todas os PLs da morte”, completou a artista.

A atriz Zezé Polessa contou que veio para Brasília “como cidadã e artista” e agradeceu aos manifestantes. “Estou com vocês nesse movimento pela terra. Obrigada por estarem aqui”, disse.

Segundo Letícia Sabatella, “o momento é difícil, com o mundo em guerra”. Para a atriz, impedir a aprovação de projetos de lei que destroem o meio ambiente é fundamental para garantir o futuro de uma “sociedade saudável com comida na mesa”.

“Temos que fazer valer nossa história, uma história que valoriza o patrimônio social, cultural. A floresta vale mais em pé e enriquece. Quem deixa em pé são os povos que plantam nesse país”, disse Letícia.

O músico Emicida elogiou Caetano Veloso e disse que, por meio dele, acreditou que as pessoas que nascem no Brasil “merecem e vão ter um país que seja digno”.

“Um país onde a gente construa uma realidade com mais igualdade, um país onde a gente não tenha que dizer o óbvio: ‘Respeita a população indígena'”, disse Emicida.

Para Daniela Mercury, “Essa terra é dos povos originários, dos povos quilombolas e dos indígenas”.

Discursos feitos no trio elétrico por representantes de movimentos sociais pediram a participação dos jovens nas eleições de 2022, “para a construção de um novo mundo e pelo meio ambiente”. Houve ainda falas pelo fim da violência contra as mulheres, pelos direitos dos negros, quilombolas e população LGBTQIA+.

Famílias também participaram da manifestação. A ecóloga Isabel Figueiredo, de 41 anos, levou o filho Pedro, de 2 anos. “Como mãe, é necessário participar dessa manifestação pelo futuro dos nossos filhos e filhos dos nossos filhos, e demorou, a gente deveria estar gritando e se manifestando há mais tempo”.

“Os projetos de leis votados são extremamente nocivos para nossa sociedade. O Pedro está aqui, aprendendo a se manifestar desde cedo”, disse Isabel.

Caetano Veloso subiu ao palco pouco antes das 18h, depois de passar por reuniões com o presidente do Senado e com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Artistas chamados por Caetano Veloso se uniram a manifestantes para protesto em Brasília – Foto: Reprodução/TV Globo

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