Há poucos meses, uma publicação feita nas redes sociais do vice-governador Antenor Roberto teve uma enorme repercussão no meio político. O conteúdo postado, em foto e texto, mostrava que ele havia recebido para uma reunião política o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves, lançando nas ruas, de fato, a possibilidade de o pedetista vir a ser o candidato a senador na chapa governista.
Nos bastidores, era unânime afirmar que o vice-governador não estava recebendo Carlos Eduardo sem o conhecimento – e aval – da governadora Fátima Bezerra.
Pois bem. O blog recebeu a informação de um petista de carteirinha de que essa articulação de Antenor Roberto tinha muito o que lhe oferecer: a possibilidade de ele manter-se no cargo atual na disputa pela reeleição de Fátima Bezerra. Ou indicar um nome novo para ele. É o que se desenha caso o martelo seja batido com Carlos Eduardo para o Senado na chapa governista – o que tem tudo para ocorrer.
Carlos Eduardo, vislumbrando eventual vitória de Lula nas urnas, já tem tentado há um tempo se afastar da pecha de bolsonarista, que ele carrega desde as últimas eleições – lembrando que nos últimos meses ele vinha mudando de discurso e fazendo críticas públicas à gestão federal e ao comportamento de Bolsonaro. “Ele quer voltar a ter a imagem de um candidato de centro-esquerda, das origens do PDT”, contou a fonte do blog.
Nesse caso, se manteria a opção de vice-governador com Antenor Roberto, do PCdoB. Pois o governo entende que o nome de Walter Alves não emplaca e nem é confiável, levando-se em conta o peso eleitoral que a família Alves ainda tem enquanto oligarquia no RN. Uma vez que o próprio Walter poderia querer sair candidato ao Governo em 2026 sem o menor compromisso com o PT.
O interlocutor do blog ressaltou que, historicamente, o MDB jamais teve, em termos estaduais, um envolvimento próximo com a esquerda.
E entre um Alves no Senado ou um Alves vice-governador, o grupo de Fátima, com apoio nacional, considera muito mais perigoso ter o MDB colado no Governo estadual do que um senador do PDT. Inclusive, a coluna impressa Daniela Freire no Novo Notícias da próxima segunda (7) revela como o PT pretende reverter a perda de uma cadeira no Senado. E qual o discurso que o grupo Fátima tem pronto para justificar Carlos Eduardo no lugar de Jean Paul Prates.
Para finalizar, um detalhe: o nome de CE é tido como mais admissível para que Fátima consiga convencer a sua base partidária, que, hoje, em termos de votos, está dividida com relação à decisão de o Governo ter um Alves e ex-adversário na chapa. Fato é que não houve gritaria e nem reclamação das lideranças petistas com mandato, desta vez, quando a imprensa começou a noticiar que Carlos Eduardo deverá, sim, ser o senador de Fátima no lugar de Jean.
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