Neste início do ano, quase todas as conversas têm girado em torno da disseminação de doenças respiratórias na população, seja coronavírus, influenza ou outras viroses. E já se sabe que os pets podem contrair alguns tipos de síndromes respiratórias e inclusive desenvolver sintomas parecidos com os nossos, como espirros, secreção nasal, diminuição no apetite, prostração e até febre. Mas, pra quem é tutor, ainda existe a dúvida: será que essas síndromes respiratórias como a Covid-19 e o novo vírus da Influenza, o H3N2 Darwin, podem infectar e ser transmitidas por gatos e cães?
A veterinária da Mundo Pet em Natal, Nathalia Saraiva, esclarece sobre esse tema que gera muitas dúvidas entre tutores e pets. “Os coronavírus que acometem cães e gatos normalmente são de cepas diferentes do que a causadora da Covid-19 em seres humanos”, explica.
No caso dos cães, a infecção mais comum é causada pelo coronavírus entérico canino (CCoV), que acomete as células do intestino do animal. A contaminação ocorre quando o cachorro ingere água ou alimento contaminado e os principais sintomas são: vômitos, apatia, perda de apetite, diarreia e sangue nas fezes. “Como os sintomas são muito genéricos, é sempre importante consultar um veterinário. A melhor forma de evitar o coronavírus canino é vacinando o pet contra essa doença. A imunização está presente nas vacinas múltiplas conhecidas como V8 e V10”, afirma Nathalia Saraiva.
Porém, um estudo publicado na Veterinary Record, revista da Associação Veterinária Britânica, aponta que já existem casos de cães e gatos que testaram positivo para o Covid-19, mas ressalta que essa é uma condição relativamente rara e que a transmissão ocorre de humanos para animais de estimação, ao invés do contrário.
“O mais importante é que, caso o tutor esteja infectado pela Covid-19, evite o contato com seus animais de estimação e mantenha as boas práticas de higiene. Já tive atendimentos nos quais os tutores estavam positivos para Covid-19 e os animais apresentaram distúrbios gastrointestinais, porém sem nada relacionado ao quadro respiratório. Por isso, é importante controlar a doença e vacinar em massa a população (seja a nossa ou de pets)”, alerta a veterinária da Mundo Pet.
E quanto à Influenza?
No caso da Influenza e da nova cepa H3N2 Darwin, a especialista informa que até o momento não há nenhum caso evidenciado de cães e gatos infectados no Brasil. Mas o vírus já é um velho conhecido de caninos e felinos. Não é uma gripe considerada perigosa para eles e nem há evidência de que eles possam contaminar os humanos. No entanto, existem gripes específicas de cada espécie, que são causadas por vírus e bactérias diferentes que também não são transmitidas para os humanos.
A gripe em cães e gatos, causada pelo vírus influenza H3N2, afeta o aparelho respiratório do animal e não é perigosa. Em animais saudáveis, em poucos dias já se nota uma melhora. Os sinais clínicos da gripe de cães e gatos são: apatia, tosse, coriza, febre, lacrimejamento nos olhos e perda de apetite.
“Tanto para cães e gatos há vacinas disponíveis que previnem as gripes dos pets, que devem ser feitas anualmente por um médico veterinário. Garantir que os animais tenham uma boa alimentação e façam um reforço na suplementação, quando necessário, também são formas de proteger os pet”, ressalta a veterinária.
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