Política

Rogério Marinho diz que matéria no Estadão é falsa, mas não apresenta contraditório

por: Foto do autor Daniela Freire

Publicado 10 de maio de 2021 às 16:52

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, não apresentou argumentos contra as denúncias feitas pelo jornal, que acusou a pasta comandada pelo potiguar de montar esquema bilionário de pagamento de recursos para deputados e senadores, através de emendas ‘extras’, para manter base favorável ao presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, o chamado “orçamento secreto”, apelidado nas redes sociais de “Tratoraço”.

Segundo Rogério Marinho, o governo não criou ‘orçamento secreto’ e parlamentares de oposição também foram contemplados com recursos da chamada emenda de relator-geral (RP9) do Orçamento. Ele citou nominalmente o senador petista Humberto Costa e apresentou um pedido de R$ 12 milhões feito pelo parlamentar e contemplado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. No entanto, os valores pagos aos aliados são infinitamente maiores. São os casos dos senadores Davi Alcolumbre, que apontou o destino de nada menos do que R$ 277milhões, Fernando Bezerra, que destinou R$ 125 mi, e Ciro Nogueira, que indicou R$ 135 milhões. O próprio deputado Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, indicou destino de R$ 114 milhões de emendas.

“Não seria diferente, pois os recursos do RP9 são de indicação do parlamento. Isso começou em 2019 e é sabido. O que há é tentativa de construção de uma narrativa. A reportagem teve acesso aos documentos de indicação dos parlamentares da oposição, mas os ignorou. Qual o motivo?”, escreveu o ministro no Twitter.

O jornal Estadão afirmou que teve acesso a um conjunto de 101 documentos de deputados e senadores que “comprova o esquema paralelo montado pelo governo Bolsonaro para aumentar sua base de apoio no Congresso”.

Já Rogério Marinho e o MDR continuam repetindo o que todo mundo já sabe: que é do Parlamento a prerrogativa de indicar recursos da RP9 e que esses recursos não podem ser realocados seguindo critério deste Ministério. Mas os números estão aí.