Política

Sem mandato, José Agripino mostra influência e articula votação no Senado

Ex-senador pontuou ainda a falta de atitude da bancada potiguar no Senado, e destacou a inércia dos representantes do Estado do RN no momento de encaminhamento do projeto

por: NOVO Notícias

Publicado 29 de novembro de 2021 às 16:00

José Agripino, ex-senador

José Agripino, ex-senador, agiu para ajudar setor salineiro no Senado – Foto: Argemiro Lima/NOVO

Na última quinta-feira o Senado Federal votou e aprovou o Projeto de Lei 4.199/2020, conhecido como “BR do Mar”. O projeto estabelece o programa de incentivo à navegação por cabotagem, que é aquela feita entre portos sem perder a costa de vista. A BR do Mar tem um impacto direto na indústria salineira do Rio Grande do Norte, visto que nela está prevista a isenção de impostos para o frete do sal.

De olho nesse impacto, um velho conhecido nos corredores de Brasília, o ex-senador José Agripino, resolveu se movimentar e articulou com amigos a inclusão da matéria em pauta e também a agilidade na votação, posto que a isenção em vigor atualmente está prestes a perder a validade, e isso coloca em xeque a sobrevivência da indústria do sal no RN, dado que essa isenção é um importante estímulo que garante a concorrência da produção local com a do Chile.

Essa atuação do ex-parlamentar mostra o poder que ele ainda exerce nos bastidores do Congresso Nacional. Agripino diz ainda ter amigos em Brasília, e que eles o ajudaram a dar a devida atenção a esse projeto que vai beneficiar um importante setor da economia potiguar e preservar milhares de empregos que são mantidos pela indústria salineira do RN.

“Se não fosse prorrogada a isenção, o sal do Chile entraria aqui e ia acabar com o sal do Rio Grande do Norte e os empregos iriam embora”, diz José Agripino ao lembrar dos efeitos negativos que o RN sofreria caso o imposto do frete devesse ser pago.

Agripino comentou sobre a dificuldade de colocar a matéria em pauta

“Foi uma novela, nessa confusão de PEC de Precatório, de entra ou não a indicação de Mendonça para o Supremo, se criou uma balbúrdia no Senado e a gente ficou sem ter condições de conseguir pautar, porque além do mais tinha gente contra o projeto da BR dos Mares. Foi uma luta junto ao relator, ao Rodrigo Pacheco, junto aos que não queriam pautar. Até que nós conseguimos depois de muita articulação, conversa e viagens a Brasília, conseguimos aprovação”, diz Agripino.

O ex-senador pontuou ainda a falta de atitude da bancada potiguar no Senado, e destacou a inércia dos representantes do Estado do RN no momento de encaminhamento do projeto, além de lembrar que no plenário, a matéria foi aprovada por todas as bancadas, exceto a do PT, que segundo ele votou unanimemente contrária.

“Não teve nenhum parlamentar, nenhum senador do Rio Grande do Norte que tivesse encaminhado a favor. Ninguém. É como se a matéria não dissesse respeito ao RN. Os senadores do PT, todos votaram contra a matéria, e isso ia acabar com a indústria de sal, e não tivemos nenhum senador que encaminhasse a favor”, diz Agripino, que mesmo sem mandato, articulou a votação do projeto.

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