Os familiares tiraram o ferrão da abelha e passaram álcool no local da ferida, mas o menino começou a ficar roxo. Foto: Pexels

Os familiares tiraram o ferrão da abelha e passaram álcool no local da ferida, mas o menino começou a ficar roxo. Foto: Pexels

Cotidiano

Tragédia Menino de 6 anos morre após ser picado por abelha no Paraná

Os familiares tiraram o ferrão da abelha e passaram álcool no local da ferida, mas o menino começou a ficar roxo

por: NOVO Notícias

Publicado 18 de outubro de 2024 às 17:00

Um menino de 6 anos morreu após levar uma picada de abelha, no município paranaense de Sengés, na tarde de segunda-feira passada (14). Ele sofreu um choque anafilático (o tipo mais grave de reação alérgica) quando o veneno da abelha entrou em seu organismo.

Segundo a Polícia Civil, Cristofer Yuri Silva de Melo estava no sítio de seu avô, para onde foi com a família no fim de semana para comemorar o Dia das Crianças, celebrado no sábado (12). Por volta das 13h, a criança estava na cozinha quando levou a picada no pescoço.

Os familiares tiraram o ferrão da abelha e passaram álcool no local da ferida, mas o menino começou a ficar roxo. A família cogitou levar Cristofer ao posto de saúde de Sengés, mas, segundo a mãe da criança, constatou que não havia médico no local.

Decidiram então ir para o Hospital Municipal Carolina Lupion, em Jaguariaíva, a cerca de 50 km do sítio. Durante o trajeto, quando conseguiram sinal de celular, acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que por sua vez pediu apoio ao Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate).

Os socorristas encontraram a família durante o trajeto e constataram que a criança estava sofrendo parada cardiorrespiratória. Eles tentaram reanimá-lo, mas Cristofer morreu durante o trajeto.

A família relatou à polícia que no início do ano Cristofer já havia sido atacado por abelhas – naquele caso, por um enxame, e chegou a levar picadas de mais de dez insetos. Ele teve inchaço temporário, mas foi medicado com antialérgico e se recuperou rapidamente.

A família disse ter ouvido dos médicos que, naquela ocasião, nenhuma das picadas foi em locais que fazem o veneno circular rapidamente pelo corpo, daí a reação ter sido muito menos grave

Cristofer foi sepultado na terça-feira (15) no cemitério municipal de Sengés. A reportagem não conseguiu contato com a prefeitura de Sengés para responder sobre o funcionamento do posto de saúde.

O que fazer em casos como esse

Assim que forem identificados os sintomas de choque anafilático, a pessoa deve ser levada ao hospital para que seja iniciado o tratamento, caso contrário, há risco de complicações que podem levar o paciente a óbito.

O tratamento para o choque anafilático deve ser feito o mais depressa possível no pronto-socorro, com a injeção de adrenalina e o uso de uma máscara de oxigênio para ajudar na respiração.

Nos casos mais graves, em que o inchaço da garganta impede a passagem do ar para os pulmões, é necessário realizar uma cricotireoidostomia, que é um procedimento cirúrgico em que é realizado um corte na garganta, que possibilita manter a respiração, de forma a evitar alterações cerebrais graves.

Após o tratamento, pode ser necessário que o paciente fique algumas horas internado no hospital para observar todos os sinais e sintomas, evitando que o choque anafilático volte a surgir.

O principal procedimento é o uso da epinefrina (adrenalina) para contenção da crise. Esse hormônio atua aumentando a resistência vascular periférica, a pressão arterial e a perfusão das artérias coronarianas. Ele também reduz o inchaço e a urticária, sintomas comuns da anafilaxia.

No momento do ataque, também pode ser usado oxigênio para compensar a obstrução das vias aéreas, anti-histamínicos e corticoesteroides intravenosas que reduzem a inflamação e beta-antagonistas.

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