Cotidiano

Escolas tratam do combate aos haters em sala de aula

Uma ação que se destaca por se antecipar legislações

por: NOVO Notícias

Publicado 20 de agosto de 2021 às 17:56

Escola Aluno Vídeo

Escola inicia ações de combate a intolerância no ambiente educacional – Foto: Divulgação

Durante as últimas semanas, projetos de lei sobre o combate aos haters têm sido apresentados nos âmbitos municipal, estadual e até nacional, com destaque para o papel da escola. Algumas instituições de ensino em Natal, porém, já se adiantaram e incluíram segurança e boas práticas no meio digital no conteúdo abordado em sala de aula.

É o caso do Complexo Educacional Contemporâneo, que tem adaptado o seu programa de combate ao bullying de acordo com o surgimento de novos temas. Primeiro foi a cultura do cancelamento e agora, a ação dos haters nas redes sociais. A escola quer mostrar aos alunos que as ações de exclusão e julgamento não são saudáveis para ninguém.

De acordo com Thaina Carvalho, diretora pedagógica do Contemporâneo, colégios não podem ser reduzidos a transmissores de conhecimento. “Esse modelo tem ficado ultrapassado com as discussões sobre a importância de os jovens se expressarem e entenderem sentimentos. Um ótimo currículo deve contemplar o desenvolvendo das habilidades socioemocionais”, conta ela.

Um dos professores que tem abordado o combate aos haters em sala de aula é Danilo César. Entre uma lição e outra de Inglês, ele dialoga com os alunos sobre como se proteger do discurso de ódio na internet e não ajudar a promovê-lo. “Muitas vezes os ataques acontecem entre adolescentes e a nossa intenção é mostrar o peso que os comentários podem ter, o que tem sido muito bem aceito pelos estudantes”, explica o professor.

As novas legislações sobre o tema foram motivadas pela morte de Lucas Santos, jovem de 16 anos vítima de ataques em uma rede social. Segundo Thaina, apesar dele não integrar a comunidade, muitos estudantes se colocaram em seu lugar, por terem a mesma idade ou já terem vivido experiências semelhantes. Parte dos projetos de lei levam o nome do adolescente.

Danilo César diz que as famílias também podem atuar, levando em conta que os haters querem publicidade. Por isso mesmo, como orienta o educador, quanto menos atenção eles receberem, menos interessados estarão em continuar. E o mais importante: os jovens não devem guardar o peso das críticas para si e precisam encontrar na escola e em casa um ambiente seguro para compartilhar.

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