Cotidiano

A cada R$ 1 investido em alertas climáticos evita perdas de até R$ 661

Estudo divulgado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) aponta quanto pode ser economizado em ações preventivas

por: NOVO Notícias

Publicado 25 de março de 2024 às 15:00

Alertas climáticos evitam desastres e prejuízos – Foto: Secom ES

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) traz um levantamento inédito sobre a relação entre o valor investido na Rede e o retorno que ela proporciona para a sociedade. O estudo foi financiado pela ANA e desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS).

Um exemplo das conclusões do estudo é que o emprego dos dados na configuração e implementação de sistemas de alerta para eventos climáticos extremos, como secas e inundações, pode evitar perdas de até R$ 661 para cada R$ 1 investido, relação quantificada a partir das perdas e custos evitados em decorrência de alertas para inundações em áreas urbanas.

O estudo também apresenta o levantamento realizado em dois municípios do Rio Grande do Sul – São Sebastião do Caí e Montenegro – sujeitos a cheias frequentes no rio Caí. Neles os dados e informações da RHN permitem o mapeamento de áreas inundáveis com seus respectivos períodos de retorno – periodicidade estimada entre ocorrências de tais eventos.

Se empregadas no planejamento urbano, de modo a restringir ocupações em áreas inundáveis, essas informações poderiam trazer um retorno (em danos e perdas evitadas) de até R$ 14 para cada R$ 1 investido.A partir de um estudo de caso da bacia hidrográfica do rio Taquari-Antas, a cada R$ 1 aplicado no custeio da rede de monitoramento local para produzir os dados de melhor qualidade, são esperados benefícios de até R$ 106, o que está associado à redução de custos decorrentes de eventual superestimativa da garantia física (quantidade de energia que a hidrelétrica é capaz de garantir) de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

Outro resultado do levantamento aponta que cada R$ 1 investido na RHN para disponibilizar dados ao processo decisório para operação hidrelétrica na bacia do rio Paraná pode trazer um retorno de R$ 134.

O estudo abordou aspectos gerais do uso dos dados hidrológicos gerados para os setores usuários do saneamento básico, produção agrícola e industrial, geração de energia, transportes, infraestrutura e defesa civil. A partir do levantamento sobre os custos de implementação e operação da rede de monitoramento sob responsabilidade da ANA, foi selecionado um grupo de setores da economia para quantificar os benefícios decorrentes do uso de dados hidrológicos, os quais foram comparados com os custos de produção dos dados da RHN. Assim, foi possível realizar uma análise de custos e benefícios proporcionados pela Rede.

O estudo reforça a importância do monitoramento hidrológico e a necessidade de se aprimorar a atuação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico na coordenação da Rede Hidrometeorológica Nacional.

Essa ferramenta de monitoramento é necessária para o conhecimento da quantidade e qualidade dos recursos hídricos no País, assim como para subsidiar e qualificar decisões tomadas por órgãos e entidades públicas e privadas a partir dos dados de monitoramento hidrológico.

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