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STF torna público vídeo de reunião sobre tentativa de golpe de Estado; veja

Ministro Alexandre de Moraes retirou sigilo diante de publicações de trechos parciais ou editados

por: NOVO Notícias

Publicado 9 de fevereiro de 2024 às 12:10

Gravação obtida pela PF mostra reunião de Bolsonaro com ministros em julho de 2022

Diante de inúmeras publicações jornalísticas com a divulgação parcial e editada de trechos da reunião ocorrida em 05 de julho de 2022 entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus ministros, que faz parte das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (PET 12.100), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tornou pública a íntegra do vídeo.

Confira aqui o despacho que torna público o vídeo.

A Polícia Federal (PF) apreendeu vídeos no computador do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que revelam uma reunião em que o ex-presidente convoca seus ministros a tomarem medidas antes das eleições presidenciais de 2022 para evitar a vitória de Lula.

No encontro, realizado em julho de 2022, Bolsonaro expressa preocupações com a possibilidade do PT assumir o poder, sugerindo que as eleições brasileiras seriam fraudadas, afirmando: “Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições”.

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Os vídeos apresentam Bolsonaro insinuando a ocorrência de caos no Brasil caso o PT vença e fazendo ataques aos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

O ex-presidente ordenou a disseminação de informações fraudulentas para tentar reverter a situação na disputa eleitoral. “Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições”, disse.

Em outro ponto da reunião, Bolsonaro propõe que os presentes participassem da redação de um documento que afirmasse ser impossível “definir a lisura das eleições” e sugeriu a inclusão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

“Nós não podemos, pessoal, deixar chegar as eleições e acontecer o que está pintado, está pintado. Eu parei de falar em voto imp… e eleições há umas três semanas. Vocês estão vendo agora que… eu acho que chegaram à conclusão. A gente vai ter que fazer alguma coisa antes”, explicou Jair Bolsonaro.

A PF considera os vídeos cruciais, apontando uma “dinâmica” golpista na alta cúpula do governo. O ministro Alexandre de Moraes, em decisão que autorizou operações de busca, apreensão e prisões, destacou que a reunião “nitidamente revela o arranjo de dinâmica golpista no âmbito da alta cúpula do governo, manifestando-se todos os investigados que dela tomaram parte”.

Além de Bolsonaro, o general Braga Netto, o general Augusto Heleno e o então ministro da Justiça, Alexandre Torres, são citados nas falas que colocam em dúvida a lisura do processo eleitoral brasileiro.

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