Cotidiano

Perfuração em águas profundas na Bacia Potiguar inicia em outubro

A licença para a exploração – perfuração de um bloco para procura de petróleo – foi concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e é a primeira para a região obtida pela atual gestão da Petrobras

por: NOVO Notícias

Publicado 30 de setembro de 2023 às 15:52

Perfuração em águas profundas na Bacia Potiguar será iniciada após licença do Ibama. Foto: Reprodução

Perfuração em águas profundas na Bacia Potiguar será iniciada após licença do Ibama. Foto: Reprodução

A Petrobras vai iniciar em outubro a perfuração de dois poços exploratórios no bloco marítimo BM-POT-17, em águas profundas da Bacia Potiguar, na Margem Equatorial brasileira. A petroleira recebeu a guia de recolhimento do Ibama, que é parte dos procedimentos administrativos para a liberação das atividades.

A licença para a exploração — perfuração de um bloco para procura de petróleo na Bacia Potiguar — foi concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e é a primeira para a região obtida pela atual gestão da Petrobras, que tem planos de avançar sobre a Margem Equatorial para renovar reservas.

“Confirmadas as potencialidades a partir da pesquisa, teremos a garantia de mais recursos para Saúde, Educação e desenvolvimento da região por meio do Fundo Social”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ao ser procurado pela reportagem

A licença permitirá à empresa identificar as potencialidades de exploração em dois blocos exploratórios: BM-POT-17 e POT-762. Essas concessões foram obtidas pela Petrobras em rodadas de licitação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP) de 2006 e 2018, respectivamente.

No primeiro bloco está situado o poço Pitu, já citado pelo diretor de exploração e produção da Petrobras, Joelson Falcão Mendes, como “plano B” da estatal para iniciar a exploração na Margem Equatorial após o Ibama negar a licença para a perfuração no Amapá.

Em nota, a Petrobras diz que atendeu a todos os requisitos do Ibama. Como última etapa, realizou, entre 18 e 20 deste mês, um simulado – a Avaliação Pré-Operacional – no local. Por meio do procedimento, o órgão ambiental comprovou a capacidade da Petrobras de dar resposta imediata e robusta a vazamentos de petróleo, conforme o comunicado.

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Para a simulação – de contenção e recolhimento de petróleo, proteção costeira e de monitoramento, resgate e atendimento à fauna -, foram mobilizadas mais de mil pessoas, quatro aeronaves, cinco ambulâncias, 70 veículos terrestres e mais de 60 embarcações. A equipe abrangeu biólogos, veterinários e 300 agentes ambientais.

A perfuração começará após a chegada da sonda no local. O primeiro poço será perfurado a 52 km da costa. Com a pesquisa exploratória, a companhia pretende obter mais informações geológicas da área para avaliar a viabilidade econômica e a extensão da descoberta de petróleo, realizada em 2013, no poço de Pitu. Não há produção de petróleo nesta fase.

A Bacia Potiguar abrange porções marítimas do Rio do Grande do Norte e do Ceará e é parte da Margem Equatorial brasileira, que se estende entre os Estados do Amapá e do Rio Grande do Norte. A região é considerada uma das mais novas e promissoras fronteiras mundiais em águas profundas e ultraprofundas.

Exploração da margem equatorial gerou impasse

A exploração em áreas da Margem Equatorial travou um impasse na equipe do presidente Luiz Inácio Lula Silva (PT) nos últimos meses, que colocou em lados opostos a equipe de energia e a área ambiental. A questão gira em torno de uma licença para exploração na bacia da foz do Amazonas.

Um dos argumentos é a falta de uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) para a atividade. A Advocacia Geral da União (AGU) já emitiu parecer favorável que conclui que é possível que a licença seja concedida antes de uma avaliação preliminar da área.

A AAAS é um estudo prévio que autoriza ou não o leilão de áreas para exploração e produção, e que deve ser feito pelo MME e pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), segundo portaria de 2012. Na ausência da avaliação, que leva anos, os leilões têm sido autorizados por manifestações conjuntas das pastas, baseadas em análises mais simples.

O governo busca agora um consenso sobre a exploração na região por meio de um grupo que conta com coordenação da Casa Civil. A avaliação de Silveira é que, a partir desta decisão, técnicos do Ibama poderão se dedicar ainda mais nos estudos das condicionantes necessárias às pesquisas na área da margem equatorial, inclusive no litoral do Amapá.

 

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