O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) solicitou informações à Polícia Federal, à Casa Civil e à Controladoria-Geral da União (CGU) sobre viagens, gastos e possíveis investigações envolvendo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). O objetivo, segundo ele, é rebater críticas da oposição contra a atual primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja.
O parlamentar, que lidera a bancada do PT na Câmara, afirmou que pretende usar as informações para apresentar requerimentos contra Michelle sempre que a oposição questionar Janja. “Cada requerimento contra Janja, nós vamos apresentar dois contra Michelle Bolsonaro”, declarou nas redes sociais.
Lindbergh enviou questionamentos à Polícia Federal e à CGU sobre eventuais investigações relacionadas a supostos desvios de recursos públicos para cobrir despesas de Michelle Bolsonaro durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele também entrou com uma representação no Ministério Público Federal sobre o caso.
Mensagens encontradas no celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, indicam que assessoras de Michelle pediram a ele depósitos em dinheiro vivo para a ex-primeira-dama, além de saques para pagamento de contas. Além disso, Michelle teria utilizado o cartão de crédito de uma assessora parlamentar do Senado para algumas despesas.
O deputado também solicitou à Casa Civil informações sobre viagens realizadas por Michelle Bolsonaro, custos dos voos e se houve uso de dinheiro público para esses deslocamentos. Além disso, questionou a pasta sobre o cumprimento das recomendações do Tribunal de Contas da União (TCU) em relação ao programa Pátria Voluntária, criado no governo Bolsonaro e comandado por Michelle.
Uma auditoria do TCU, finalizada em 2023, apontou a falta de critérios objetivos para selecionar as instituições beneficiadas pelo programa e recomendou maior transparência na prestação de contas.
O PL Mulher, presidido por Michelle Bolsonaro, afirmou que Lindbergh está tentando desviar a atenção de escândalos do governo petista. Em nota, o órgão partidário classificou as acusações como “denúncias mentirosas” e criticou os gastos da atual primeira-dama.
Janja tem sido alvo de questionamentos da oposição por viagens ao exterior e pela manutenção de uma equipe de 12 assessores, cujo custo em deslocamentos somou R$ 1,2 milhão até o final de 2023. A Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência afirmou que os servidores exercem funções previstas em lei.
O caso deve repercutir no Congresso, onde aliados de Bolsonaro e do governo Lula seguem em embates sobre os custos e atividades das primeiras-damas.
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