Daniela Freire, jornalista
Resgataram nas redes sociais nada menos do que entrevistas da vereadora Nina Souza, concedidas já neste ano, criticando de forma contundente todas as áreas da gestão Álvaro Dias
Publicado 21 de outubro de 2024 às 16:15
A última semana de campanha eleitoral do segundo turno em Natal começou com fato novo e importante: a primeira pesquisa apontando favoritismo de Natália Bonavides na disputa pela Prefeitura da capital potiguar. A terceira sondagem do instituto Seta nesta reta final aponta, de forma inédita em todo o processo eleitoral, uma vitória da petista sobre Paulinho Freire.
Os números são animadores para a campanha do PT, pois representam a tendência de crescimento do nome de Natália, que vem se mostrando em praticamente todos os institutos de pesquisa que até agora registraram sondagens. Para se ter ideia, dos sete institutos que divulgaram levantamentos em Natal – Seta, Perfil, Quaest, Atlas, DataVero, Consult e Futura – apenas dois deles – Futura e Consult – apresentaram vitória folgada do candidato do bolsonarismo em Natal.
E os novos números Seta confirmam a previsão feita com exclusividade para a coluna, na última edição (14), pela governadora Fátima Bezerra, que declarou a esta jornalista: “Estamos virando! Estou muito motivada. O clima é de muita aceitação”.
Agora, tem um detalhe: o percentual de quem ainda não definiu voto segundo essa pesquisa Seta, divulgada nas primeiras horas desta segunda-feira, ainda é de 11,5% na estimulada e de 33,1% na espontânea. Significa que ainda tem muito chão pela frente das duas candidaturas até o próximo domingo, dia 27.
Outro detalhe: a Seta apontando vitória de Natália já foi realizada após a vinda de Lula a Natal, na última quarta-feira (16), ocasião em que foi realizado um comício histórico em tamanho e discurso, quando o presidente da República, que tem avaliação mais positiva do que negativa na capital, afirmou que a candidata petista terá as “portas escancaradas em Brasília” se for eleita.
O marketing da campanha de Natália Bonavides tem o melhor trunfo que poderia ter nesses últimos dias de campanha eleitoral. Resgataram nas redes sociais nada menos do que entrevistas da vereadora Nina Souza, concedidas já neste ano, criticando de forma contundente todas as áreas da gestão Álvaro Dias. O vídeo tem circulado com a esposa do atual candidato a prefeito Paulinho Freire, que tem o apoio de Álvaro e que ja disse que dará continuidade à atual gestão, afirmando enfaticamente: “Há quanto tempo você tem lixo na sua porta? Há quanto tempo você não tem drenagem? Quanto tempo os mesmos problemas estão acontecendo? Se a gente precisa entender que as coisas precisam mudar, que Natal ficou estagnada no tempo a gente precisa dar vez para ouvir novas propostas”.
Foram desonestas intelectualmente as manchetes de jornais e comentários jornalísticos que ressaltaram a exoneração do cunhado do prefeito Álvaro Dias, Victor Diógenes, como um grande feito do gestor natalense, quando, na verdade, o agora ex-diretor da Arsban só foi retirado do cargo quando a CNN entrou em contato em busca de uma resposta para a denúncia feita ao Ministério Público de que o parente (do núcleo familiar) do atual gestor, apoiador principal do candidato Paulinho Freire na eleição da capital, estava ameaçando com demissão servidores comissionados e terceirizados do órgão que se negassem a votar na candidatura que conta com a estrutura da máquina pública municipal.
Mesmo com a denúncia já sendo investigada, com direito a áudio materializando o crime de assédio eleitoral, o cunhado do prefeito permaneceu no cargo! E, obviamente, a campanha de Paulinho, assim como a de Natália, já sabia que o processo corria. Tanto que o assunto foi tema entre os candidatos no debate da Band, três dias antes de a notícia ser divulgada pela CNN.
Durante o debate, inclusive, o candidato que se beneficiava com o assédio eleitoral praticado pelo diretor da Arsban confirmou que sabia da existência do crime. Basta ir no YouTube, no canal da BandNatal, e assistir novamente. Quando a adversária o questiona sobre compra de votos e assédio eleitoral cometido pela sua campanha, no momento que a petista pergunta diretamente se ele garantia, “olhando na câmera”, que sua campanha não estava realizando reuniões para assediar trabalhadores da Prefeitura para votar nele, a resposta de Paulinho foi: “Eu não participei”! O que fica muito óbvio e evidencia o conhecimento do candidato.
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