Brasil

Vítimas de tentativas de golpes crescem 200% no RN

As denúncias são de crimes cibernéticos, sequestro relâmpago e golpes através do WhatsApp e pix

por: NOVO Notícias

Publicado 22 de agosto de 2022 às 16:02

Em abril e maio deste ano foram bloqueadas 424 mil tentativas de golpes por Pix no país – Foto: Dayvissom Melo/NOVO Notícias

As tentativas de golpes por meio do Pix aumentaram entre janeiro e agosto deste ano, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Dados da Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análise Criminal da Secretaria de Estado de Segurança Pública e da Defesa Social (Coine/Sesed) mostram um aumento de 200% no número de pessoas que procuraram a Polícia Civil para registrar queixas de ameaças de golpe no período.

São diversas modalidades utilizadas pelos criminosos para aplicação dos golpes. Desde tentativas de sequestro relâmpago, direcionamentos para sites que pedem dados sensíveis em troca de um falso benefício, até a tentativa de fingir ser amigo ou familiar das vítimas e pedir dinheiro emprestado pelo WhatsApp.

A jornalista e servidora pública Sayonara Alves foi vítima de mais um desses tantos golpes. Ela pagou um boleto falso, referente à mensalidade do plano de saúde, enviado por golpistas via Whatsapp, no valor de mais de R$ 900.

“Estava buscando a 2ª via da fatura na internet, quando encontrei um site muito parecido com o da operadora do meu plano de saúde e tinha um número para falar no WhatsApp. O golpe era muito perfeito. Eles falavam como se fossem aquelas mensagens automatizadas de robô e tudo mais. E através do CPF que eu disponibilizei, eles encontraram o nome do contrato, que era o da minha mãe e me perguntaram para confirmar um valor”, contou a jornalista.

A tática utilizada não gerou desconfiança da jornalista, ela continuou seguindo os comandos que os golpistas indicavam até à execução do pagamento em uma conta falsa.

“Eu copiei o código de barras, a pessoa que recebeu tinha o nome da operadora do plano de sáude e tudo, mas aí quando eu paguei, que abri o comprovante, eu vi que foi em nome do mercado pago, em nome de uma outra pessoa. Nesta hora, uma amiga me alertou que eu tinha sofrido um golpe”, disse Sayonara.

Diante do prejuízo, a jornalista imediatamente reportou a fraude ao banco, que conseguiu estornar a transação, pois ainda não tinha sido finalizada dentro do período de compensação bancária. “Eu tive sorte, mas conheço muitas pessoas que não conseguiram o ressarcimento e vão precisar entrar na justiça para reaver o dinheiro”, relatou Sayonara.

No último mês de julho, a Unimed Natal emitiu um alerta para os clientes informando que “se você recebeu a fatura por e-mail, confira quem é o destinatário que enviou. Se não foi através do endereço eletrônico: faturaporemail@unimednatal.com.br, é golpe”.
A empresa ainda comunicou que antes de efetuar qualquer pagamento de fatura da Unimed Natal, é essencial conferir sempre as informações de quem receberá o pagamento, tais como CNPJ e razão social.

Golpes com Pix no Brasil

Dados da empresa de cibersegurança Psafe, mostram que entre abril e maio deste ano foram bloqueadas 424 mil tentativas de golpes do Pix no Brasil. Um aumento de mais de 350% em comparação com os meses de fevereiro e março, quando foram bloqueadas 92 mil tentativas de golpe.

Segundo o executivo-chefe de segurança da PSafe, Emilio Simoni, os cibercriminosos se aproveitam de temas em alta para aplicarem seus golpes — no caso, o Pix, por ser um meio de pagamento que se tornou popular no Brasil.

A modalidade caiu tanto no gosto do brasileiro que o número de transações cresceu 275% no primeiro semestre de 2022 em comparação com o mesmo período do ano anterior.

De janeiro a junho deste ano foram realizadas 8.247.165.611 operações, contra 2.307.611.468 no mesmo período do ano passado. Ou seja, as tentativas de golpe cresceram em ritmo mais elevado que a própria adesão à ferramenta do Banco Central.

Polícia Civil divulga cartilha de orientação para prevenção de golpes

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte (PCRN), divulgou, nesta última semana, uma cartilha contendo orientações que visam à redução dos crimes de golpes virtuais, por meio do aplicativo WhatsApp, no território potiguar. Nela, consta a descrição de como esses golpes são realizados via o aplicativo de mensagens e como eventuais vítimas devem proceder para minimizar prejuízos.

Segundo a cartilha, os golpes mais comuns são: perfil falso, sequestro da conta para outra linha, sequestro de conta (engenharia social). Nos três tipos de golpes, os suspeitos fingem ser vítimas e tentam obter dinheiro, via PIX ou transferência bancária, de pessoas próximas a elas, especialmente de familiares e amigos.

Em casos assim, a vítima deve procurar imediatamente a delegacia do seu bairro, em horário comercial, ou a delegacia de plantão para registrar um Boletim de Ocorrência (B.O.). Em seguida, é importante entrar em contato com a instituição financeira para informar o ocorrido e, ainda, para saber se há a possibilidade de ressarcimento de valores transferidos.