O Conselho Mundial de Geoparques da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) indicou o Geoparque Seridó como um geoparque mundial. A decisão foi tomada durante a 6ª Reunião Estatutária da Organização, realizada entre os dias 8 e 11 de dezembro, menos de um mês após a visita técnica dos avaliadores da Unesco, Artur Sá (Portugal) e Helga Chulepin (Uruguai), que aconteceu no território potiguar entre os dias 22 e 26 de novembro. Ao todo, foram avaliadas 18 solicitações de aspirantes a geoparques mundiais, apresentadas entre 2019 e 2020, e apenas duas aprovadas nas Américas, ambas do Brasil.
“É uma conquista extraordinária. Adquirir esse status vai contribuir fortemente para a preservação do meio ambiente, defesa da educação e da nossa história. Vai trazer uma coisa muito importante que é o incentivo ao turismo, uma atividade que gera empregos para nosso povo”, disse a governadora Fátima Bezerra.
A área do geoparque Seridó abrange 2.800 quilômetros quadrados e seis municípios com recursos naturais e construções humanas importantes: Cerro Corá – nascente do Rio Potengi, Carnaúba dos Dantas – Monte do Galo, Acari e Parelhas – açudes Gargalheiras e Boqueirão respectivamente, Currais Novos – Cânion dos Apertados e Mina Brejuí, e Lagoa Nova – Tanque dos Poscianos.
Além do Geoparque Seridó, o outro representante brasileiro é o Geoparque Caminhos dos Cânions do Sul, localizado entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Durante a reunião, foi apresentado o resultado de um minucioso exame das solicitações na presença de mais de 50 observadores e representantes de mais de 30 Estados-membros. Durante as discussões em pauta, o Conselho Mundial de Geoparques propôs encaminhar a indicação de oito novos geoparques mundiais ao Conselho Executivo da Unesco.
O conceito de Geoparque surgiu na década de 1990 como resposta à necessidade de melhorar áreas com importância geológica e promover a conservação. As paisagens e as formações geológicas retratam a evolução do planeta e são determinantes para o desenvolvimento sustentável.
“Nos últimos anos fizemos um trabalho árduo em parceria com o Governo do Estado e outras instituições. Agora recebemos a chancela da Unesco para sermos reconhecidos oficialmente como geoparque mundial pela Unesco. O reconhecimento internacional é importante porque vai favorecer as comunidades locais no desenvolvimento do turismo, da educação e da conservação”, informou o o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Marcos Leite do Nascimento, coordenador científico do Consórcio Geoparque Seridó.
Marcos Leite explica que o reconhecimento internacional não limita as atividades econômicas na área. “É um território aberto, no qual as atividades econômicas poderão ser desenvolvidas, inclusive a geração de energias renováveis e mineração, desde que seguindo as normas de sustentabilidade”.
A estratégia de desenvolvimento sustentável deve estar aliada à gestão de qualidade baseada na geoconservação, educação e geoturismo. A geoconservação objetiva proteger o patrimônio geológico para as futuras gerações; a educação promove o estudo das geociências junto às escolas, universidade e centro de visitação, contemplando o público em geral; o geoturismo busca estimular a criação de atividades econômicas tendo como base a geodiversidade e o patrimônio geológico do território, em cooperação com a comunidade local.
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