Uma das atividades que mais se vê é a de guardador de carros, o popular flanelinha, que chegam a apurar até 1.200 reais por mês, segundo relatos de guardadores de veículos em Natal
Publicado 6 de dezembro de 2021 às 16:01
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou no último dia 30 de novembro a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, com dados referentes ao trimestre julho, agosto e setembro de 2021. Os dados divulgados na pesquisa mostram que o país tem uma taxa de 12,6% de desocupados, o que aponta para uma queda se comparado aos três meses anteriores (abril, maio e junho) de 1,6% e de 2,2% se comparada ao mesmo trimestre do ano passado. A pesquisa também mostrou que o Brasil tem registrado nos meses de julho a setembro, uma taxa de 40,6% de trabalhadores informais.
A amostragem é feita em todo o território nacional e tem a intenção de acompanhar as flutuações trimestrais e a evolução, no curto, médio e longo prazos, da força de trabalho, e outras informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do País.
Com relação ao PNAD, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, comentou sobre a quantidade de trabalhadores informais, e tentou justificar que esse não é um dado de todo ruim, ao dizer que um flanelinha – guardador de carros informal – chega a faturar R$ 4 mil por mês no Leblon. Em compensação, ele lembrou que essa informação não é uniforme, e usou como comparativo um cuidador de gados no interior do Rio Grande do Norte, seu estado natal, que os rendimentos devem girar em torno dos R$ 200 mensais.
Na capital potiguar, a informalidade nos postos de trabalho também leva centenas às ruas, em busca de alguns trocados para sobreviver. Uma das atividades que mais se vê é exatamente a de guardador de carros, o popular flanelinha, citado por Marinho. Contudo, a realidade deles é bem distante do exemplo dado pelo ministro potiguar, com alguns chegando a faturar cerca de 70% menos que os R$ 4 mil dos colegas cariocas.
Aos 63 anos, Francisco Pedro Filho está há 13 se valendo dessa atividade para garantir o sustento da família. Morador do bairro de Nova Cidade, na zona Oeste de Natal, ele vai todos os dias ao mesmo ponto, no conjunto Mirassol, oferecer o serviço aos muitos motoristas que estacionam nas redondezas do Shopping Via Direta. O dia todo de trabalho rende para ele uma média de 30 a 40 reais, o que no fim do mês pode chegar a R$ 1.200, pouco mais de um salário mínimo vigente hoje no país; mas sem garantias, direitos e com uma carga muito maior de tempo trabalhado.
No mesmo ponto, a alguns metros de distância, está o seu Jailson da Silva, de 49 anos, e que já trabalha na informalidade há 23 anos. Ele conta que começou a trabalhar como flanelinha em 1998. Além de guardar carros, ele mantém uma pequena venda, improvisada em um carrinho, onde comercializa alguns lanches. Sua renda média varia de 40 a 50 reais por dia, tendo dias de melhores vendas, ainda muito incertos, mas que garantem alguns trocados a mais.
Trazendo o contexto para o cenário local e apontando dados oficiais, no município de Natal, a taxa de desemprego diminuiu neste ano de 2021, fazendo a cidade ter números positivos, mesmo diante da crise ocasionada pela pandemia do novo coronavírus, que afetou diretamente vários estabelecimentos comerciais da capital.
Segundo a Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social (Semtas), em 2021 o saldo positivo é de mais de 10 mil postos de trabalho. Ao todo já foram 56.218 desligamentos, frente a 66.856 admissões nesse ano.
Ações da Prefeitura do Natal no combate ao desemprego
📌Ações de intermediação de mão de obra pelo Sine Natal
📌 Cursos de qualificação profissional vinculados à Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social (Semtas)
📌 Loja do Empreendedor no Partage Norte Shopping, que em parceria com o Sebrae ajuda os pequenos e microempreendedores da região
📌Feiras de agricultura familiar, realizadas duas vezes por semana, que conta com a participação de 60 produtores rurais e artistas oriundos da região metropolitana de Natal
📌Investimentos no artesanato, no empreendedorismo e na economia solidária por meio do Departamento de Gestão, Empreendedorismo, Artesanato e Economia Solidária
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