Apesar das dificuldades, durante o período de crise houve quem decidiu ousar e seguiu investindo. Isso pode ser constatado com os resultados de grandes incorporadoras, com a Moura Dubeux
Publicado 17 de janeiro de 2022 às 16:16
A crise sanitária que se instalou no mundo ainda em 2020 teve papel protagonista no desempenho de diversos setores da economia. Um dos afetados foi o setor imobiliário, que mesmo antes da pandemia já sofria com alguns resultados negativos. Contudo, o novo ano traz esperança de dias melhores para o mercado, que já começa a planejar os primeiros passos para a recuperação.
Especificamente em Natal, os baixos índices registrados no setor nos últimos anos têm outro personagem a ser levado em consideração: a dúvida em torno do novo Plano Diretor, que levou 14 anos para ter uma revisão discutida e aprovada. “A gente passou um período muito longo discutindo o Plano Diretor e aí as empresas deram um freio em lançamentos imobiliários”, diz Ana Adalgisa Dias, diretora-executiva do Sindicato da Indústria da Construção Civil do RN (Sinduscon-RN).
O Plano Diretor de Natal foi finalmente aprovado em plenário na Câmara Municipal de Natal no fim de 2021, e neste momento aguarda a sanção do prefeito da capital, Álvaro Dias (PSDB). Esse último ato administrativo é aguardado com ansiedade pelos empresários do setor. Somente após ele é que se terá a certeza das normas que irão ditar os padrões a serem obedecidos na hora de erguer um novo edifício na cidade.
“Com a finalização desse processo – Plano Diretor – faltando apenas ter a sanção da lei por parte do prefeito, a gente acredita que o mercado vai começar a lançar produtos já com base nesse novo plano. E aí a gente também prevê que isso vai reaquecer o mercado imobiliário em nossa cidade do Natal, assim como o aquecerá a própria economia”, diz Ana Adalgisa.
A diretora do Sinduscon-RN, Ana Adalgisa, conta que um dos vilões que mais afetam o mercado ainda é a questão da burocracia. “O mercado ainda sofre com a questão da demora nos licenciamentos. Isso é um pleito já antigo do próprio Sinduscon, de cobrar agilidade nas análises dos projetos, seja via prefeitura ou via Corpo de Bombeiros”, diz ela, que completa: “A gente até vê um empenho da própria prefeitura, mas só vamos saber de fato o tempo de licenciamento, como vai ser isso, quando o Plano Diretor tiver rodando.”
Ana Adalgisa prevê avanços em 2022, contudo, ela destaca que isso pode ser modesto, e que o ano pode ser mais como um período que deve ser usado para muita análise. “Nós vamos ter um ano promissor, mas 2022 será também um ano de conhecimento sobre como é que a nova lei vai se portar no mercado”, diz Ana Adalgisa. “É um ano de análise, porque a gente vai ter um novo regramento que passou anos sendo revisado”, completa.
Apesar das dificuldades, durante o período de crise houve quem decidiu ousar e seguiu investindo. Isso pode ser constatado com os resultados de grandes incorporadoras, que tiveram, mesmo em meio aos efeitos da pandemia de Covid-19 que afetou também a economia, números positivos ao fechar as contas do último ano e comparar com anos anteriores, como é o caso da nordestina Moura Dubeux, que em 2021 encarou a crise de frente e na contramão da economia, investiu, lançando dois empreendimentos em Natal, que se consumaram em sucessos de vendas ainda no lançamento.
A incorporadora atua em sete dos nove estados nordestinos, comemorou na última semana o maior volume de vendas dos seus 38 anos de história. Em 2021 a empresa vendeu 84,8% a mais que em 2020, o que resultou em um valor bruto de R$ 1,4 bilhão, e líquido de R$ 1,1 bilhão, com 17 empreendimentos lançados em quatro praças – Rio Grande do Norte, Pernambuco, Ceará e Bahia. Os bons resultados obtidos alimentam as expectativas para os projetos em 2022.
“A Moura Dubeux participou com lançamentos neste ano de 2021, e continuará participando do ano de 2022 agora com outra roupagem e com novo plano, e a gente está otimista que esse ano vai ser melhor ainda do que o passado”, diz Wescley Magalhães, gerente da filial Natal da Moura Dubeux, que conta ainda que novos empreendimentos estão planejados para serem lançados em Natal já neste ano: “para esse ano agora teremos outros lançamentos. Pelo menos três estão no nosso plano de negócio, e a gente está acreditando que essa é a nova retomada, embora ainda tímida, mas é o início”.
A decisão de lançar um empreendimento no ano passado passou por profundas análises, e o resultado acabou sendo surpreendente para a empresa, que se empolgou e foi além, lançando mais um projeto, este no segundo semestre, que acabou, igualmente, rendendo resultados satisfatórios.
“A Moura tem uma característica de pioneirismo. Então ela entendeu que o momento, no início do ano passado, já era um momento em que haveria a possibilidade de lançamento, e tomamos toda a cautela para que o lançamento fosse com o risco calculado, né? Vamos dizer assim. Tanto é que lançamos o Olhar das Dunas no início do ano passado e foi um sucesso de vendas. Então nós fomos surpreendidos positivamente pelo lançamento, e isso fez com que a Moura se animasse para seguir com outros lançamentos”, diz Wescley Magalhães.
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