De acordo com a SESAP, só no hospital Giselda Trigueiro foram 2.503 casos graves atendidos. Destes, 1.993 pacientes se recuperaram da doença, uma taxa de 79,62% de altas médicas.
Publicado 17 de agosto de 2023 às 08:00
“Pra gente aqui no hospital esse marco é importantíssimo. Foram três anos e meio de muita luta, sobrecarga de trabalho intensa, de convívio com o sofrimento dos familiares de pacientes graves. Então, pra gente é uma imensa alegria poder anunciar que pela primeira vez a unidade fica sem pacientes com covid-19 internados”, celebrou o diretor do Hospital Giselda Trigueiro, André Prudente.
O relato do médico acontece dias após o último paciente internado com a covid-19 receber alta do Hospital Giselda Trigueiro. Com isso, depois de 1.237 dias desde o primeiro caso da pandemia mundial registrado no estado, o Rio Grande do Norte está sem nenhuma pessoa na rede pública de saúde do Estado recebendo cuidados ou tratamento da doença. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, desde 27 de março de 2020, o RN teve pacientes com covid internados todos os dias.
Quem ocupava o único dos 25 leitos destinados a pacientes que necessitavam de cuidados para covid-19, no Hospital Giselda Trigueiro, era um paciente potiguar de 73 anos. O homem cardiopata estava com o esquema vacinal incompleto, mas após o tratamento, recebeu alta na noite da última terça-feira (15).
Com base no histórico da SESAP, o Rio Grande do Norte registrou a primeira entrada de paciente com covid-19 no dia 6 de março de 2020, na unidade que é referência. Se tratava de uma mulher, de 24 anos, que se recuperou após contrair a doença durante uma viagem à Itália. Dias depois, a segunda internação. Então, a partir do dia 27 de março de 2020, ao menos um leito da rede pública foi ocupado.
No decorrer dos dias, com a proliferação do vírus, o hospital Giselda Trigueiro referência nos cuidados da covid passou a receber apenas casos graves da doença. De acordo com a pasta, só na unidade especializada foram 2.503 casos graves atendidos. Destes, 1.993 pacientes se recuperaram da doença, uma taxa de 79,62% de altas médicas.
“A doença ainda não acabou”, alerta o especialista
No pico da pandemia, o estado enfrentou falta de leitos, demora de equipamentos pelo excesso de pedidos, além de angústia e ansiedade fruto das incertezas provocadas pela doença. Com o passar do tempo, a chegada da vacina e destinação por parte do estado de assistência a população, o número de infectados foi diminuindo até zerar, porém, segundo o médico, ainda não é tempo de baixar a guarda.
“É natural que aconteça algum relaxamento. Ninguém conseguiria viver como aqueles primeiros meses, ou os dois primeiros anos da pandemia, onde todos ficaram em casa, sem frequentar ambientes com aglomeração. Mas a gente não pode relaxar por completo. Quando eu digo isso, aponto para duas medidas principais: vacinação, ou seja, completar o esquema vacinal e também aquelas pessoas que estão sintomáticas respiratórias, que devem evitar o contato com outras pessoas impedir a disseminação da doença”.
Neste ano, o número de casos no Rio Grande do Norte, segundo a Secretaria Estadual de Saúde ainda teve períodos de alta. Em janeiro, foram 1.090 casos, com o registro de 23 óbitos. O segundo mês do ano contabilizou 770 casos, com 4 mortes pela doença. No mês de março, oito pessoas morreram devido a Covid-19 e o número de casos chegou a 619. Em abril houve uma alta no número de casos. Foram 1.775 registros, com 22 óbitos. Maio teve a segunda maior alta neste primeiro semestre com 1.208 casos e 31 óbitos. Em junho e julho, os números diminuíram. Foram 1.788 casos com 11 mortes nos dois meses. Ao todo, o ano de 2023 registrou 7.250 casos da doença e 99 mortes.
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