Cotidiano

Segundo semestre letivo de 2021 é marcado por maior número de alunos no presencial

O momento, no entanto, está exigindo atenção especial, já que diversas crianças ainda apresentam dificuldades em lidar com a rotina de estudo fora de casa

por: NOVO Notícias

Publicado 23 de agosto de 2021 às 14:44

Imagem: Divulgação

Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e redução dos números de hospitalizações, muitas famílias têm sentido mais segurança para enviar seus filhos e filhas às escolas neste segundo semestre de 2021. Para as crianças que permaneceram mais de um ano na modalidade do ensino remoto ou até sem aulas, tem sido necessária uma espécie de readaptação, exigindo maior atenção às mudanças.

“Desde setembro de 2020 as escolas particulares estão autorizadas a funcionar com aulas presenciais em todos os níveis. Porém, sentimos uma maior adesão neste segundo semestre de 2021”, atesta Priscila Griner, diretora da Casa Escola. O decreto da Prefeitura de Natal autorizou no ano passado o funcionamento das aulas presenciais nas escolas particulares de forma híbrida e facultativa, desde que se cumpram os protocolos de biossegurança contra o Covid-19. Este protocolo é submetido à Vigilância Sanitária, que também é responsável por fiscalizar as instituições.

“É uma ‘volta às aulas’ diferente da de outros anos, contudo, sempre fazemos uma preparação da equipe pedagógica prevendo as possíveis situações adversas diante de um cenário tão incerto. Afinal, esse retorno de cada criança ao presencial demanda um cuidado e acolhimento que sugere uma readaptação, tanto para a criança e sua família, como também para a equipe pedagógica”, considera Priscila Griner.

A educadora relata que mesmo com um mês de retorno à sala de aula, após o recesso escolar do meio do ano, diversas crianças ainda apresentam dificuldades em lidar com a rotina de estudo fora de casa. “Existe sim a alegria do retorno, mas também as consequências deste período de isolamento social prolongado, que impactam em todos. Muitas crianças do ensino infantil e do fundamental, por exemplo, passaram este tempo em casa com uma exposição excessiva às telas (televisão, tablets, celulares), sem uma rotina diária, com pouca socialização, acomodadas ao conforto da casa e à comodidade de nem precisar tomar banho para ir à escola. Agora, alguns alunos sentem dificuldade de se adequar ao cotidiano do ambiente escolar”, constata Priscila.

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Priscila Griner destaca que a escola não é apenas um local para exposição de conteúdos, mas um ambiente que integra aprendizagem e socialização, por isso a importância do ensino presencial na vida dos alunos. “Toda a dinâmica na escola é pensada com base nisto, desde as atividades pedagógicas até a maneira como as crianças se relacionam umas com as outras. É onde se desenvolve a autonomia, a capacidade de reflexão e de convivência com a diversidade. Estes benefícios não devem ser negligenciados”, argumenta.

Neste cenário, olhar e pensar os detalhes pode ser essencial para proporcionar esta nova adaptação ao ambiente presencial de forma mais suave para as crianças. “Devem ser consideradas as particularidades de cada aluno e de sua família. O ideal é promover uma recepção com acolhimento, tornar-se mais sensível aos novos comportamentos que podem surgir, aproximar-se das famílias, realizar entrevistas individuais com os pais para compreender a atual rotina da criança e utilizar tudo isto no processo do regresso e adaptação a esse ‘novo normal’”, descreve.

Assim, orienta a educadora, é interessante articular situações de aprendizagens por meio da ludicidade, explorando os diferentes espaços da escola, para que seja possível proporcionar momentos de interação, diversão e fortalecimento dos vínculos entre os colegas, professores e todos do ambiente escolar.

“Não é apenas uma adaptação à rotina escolar, mas é um retorno ao vínculo com o ambiente da escola, colegas de classe, professores e profissionais da escola. As crianças passaram bastante tempo longe dessa convivência e ainda precisam lidar com os protocolos de biossegurança. A partir da sensibilidade a todas as mudanças pelas quais os alunos passaram e ainda estão passando, vamos nos reposicionando frente às novas demandas, tanto no modo de acolhê-los como no processo de ensino e aprendizagem”, sintetiza Priscila Griner.

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