A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a urgência da situação, em que a seca e o calor intenso em um período atípico se somam a queimadas, atingindo 60% do território, algo nunca ocorrido no País anteriormente
Publicado 12 de setembro de 2024 às 16:30
O Ministério da Saúde (MS) anunciou ontem medidas e orientações para a redução de danos à saúde diante do avanço das queimadas no Brasil, com investimento de R$500 milhões para o fornecimento de insumos, incluindo água potável, para a Amazônia, que é um dos principais focos de incêndio, juntamente com o Cerrado e o Pantanal.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a urgência da situação, em que a seca e o calor intenso em um período atípico se somam a queimadas no Brasil, atingindo 60% do território, algo nunca ocorrido no País anteriormente.
“Uma das consequências disso tem sido um aumento da busca por atendimento nas unidades públicas de saúde, com crises alérgicas, doenças respiratórias, além de sintomas comuns da exposição a esse tipo de problema, como náuseas, vômitos e dores de cabeça”, destacou.
Nísia também aproveitou para ressaltar os riscos de problemas cardiovasculares que podem ser ocasionados nesse cenário, alertando para sintomas como dores intensas de cabeça, no peito e abdôme. Um estudo recente demonstrou que indivíduos expostos à poluição de grandes cidades tinham mais fibrose cardíaca, um indicador de doenças do coração.
A ministra também aproveitou para mencionar os danos que o momento pode ocasionar à saúde mental. “Esses dias, em São Paulo, cidade que também vivencia a poluição em altos níveis, o dia se fez noite. Não são apenas as partículas de fumaça, poluição e os agravos da seca. Há um grande abalo emocional envolvido nisso”, ressaltou a titular da Saúde.
Ela, que afirmou que essa é apenas a “ponta de um iceberg”, também mencionou que parte das queimadas no Brasil pode ser atribuída a ações criminosas e enfatizou a importância da colaboração com Estados e municípios, além da proximidade com o Ministério do Meio Ambiente para monitoramento de umidade, qualidade do ar e temperatura.
A ministra afirmou ainda que a Força Nacional de Saúde intensificará visitas às áreas mais afetadas para reforçar os atendimentos emergenciais. De acordo com Nísia, o governo também incentivará Estados e municípios a instalarem tendas de hidratação com água potável e possibilidade de nebulização.
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