Na noite de lançamento (19), haverá mesa redonda com presença dos professores Diva Cunha, Alexandre Alves e Vicente Serejo, onde se celebrará a obra e a memória da poeta potiguar
Publicado 16 de dezembro de 2024 às 21:00
Após quase 60 anos desde sua última impressão, o livro “Roseira Brava”, clássico escrito por Palmyra Wanderley, está ganhando nova edição impressa. Considerada obra seminal da poesia potiguar do século XX, o livro será relançado na próxima quinta-feira (19).
A edição de agora reúne as duas anteriores (de 1929 e a de 1965) e reapresenta aos leitores a lírica, o mistério e a observação sensível do mundo que Palmyra Wanderley conseguiu captar.
Na noite de lançamento, haverá mesa redonda com presença dos professores Diva Cunha, Alexandre Alves e Vicente Serejo, onde se celebrará a obra e a memória da poeta potiguar.
O evento será realizado na Pinacoteca Potiguar, a partir das 18h, no Salão Nobre do prédio. Haverá venda de exemplares no local. A nova edição custa R$ 40. No lançamento será disponibilizado um código para que a versão digital do livro (ebook) possa ser baixada gratuitamente.
O lançamento do livro de Palmyra Wanderley tem o apoio do Governo do Estado e foi possível por meio de um trabalho conjunto do Departamento Estadual de Imprensa (DEI), da Fundação José Augusto e da Secretaria de Cultura do RN (Secult).
A edição foi feita pela diretora do DEI, a historiadora Flávia Assaf, e pelo doutor em Literatura Pedro Lucas Bezerra.
Palmyra Wanderley nasceu em Natal, em 6 de agosto de 1894, filha de Celestino Carlos Wanderley e Ana de Freitas Guimarães Wanderley. Proveniente de uma família de forte tradição artístico-cultural no Rio Grande do Norte, era irmã do poeta Jaime dos Guimarães Wanderley e neta de outros nomes ligados às artes.
Educada no Colégio da Imaculada Conceição, dirigido pelas Irmãs Dorotéias, Palmyra enfrentou os limites impostos por um ambiente rígido e moralista, mas sua sensibilidade e percepção aguçada superaram tais barreiras. Segundo o folclorista Câmara Cascudo, “o contato do seu próprio espírito com a vida e a natureza sacudiu o molde pétreo da invariabilidade em escola, estilo e visos estéticos.”
Palmyra iniciou sua trajetória literária colaborando em jornais como A República e fundou, em 1914, a revista Via-Láctea, pioneira em ser redigida exclusivamente por mulheres. Sua primeira obra, Esmeraldas (1918), foi bem recebida pela crítica.
Já Roseira Brava (1929) lhe rendeu Menção Honrosa da Academia Brasileira de Letras, reconhecendo-a como “uma das vozes mais harmoniosas que vem do Norte do Brasil.”
Além de poesia, Palmyra enveredou pelo teatro, escrevendo peças como A Festa das Cores e Sonho de Uma Menina Sem Medo, e também pelas novelas radiofônicas. Atuante na vida intelectual da capital potiguar, foi uma das fundadoras da Academia Norte-rio-grandense de Letras em 1936, ocupando a cadeira n.º 20, dedicada à poetisa Auta de Souza.
Em seus versos, expressou amor por Natal, cantando suas praias, dunas, ruas e tipos humanos. Palmyra Wanderley faleceu em 19 de novembro de 1978.
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