O Rio Grande do Norte se prepara para implantar definitivamente a nova base curricular do ensino médio. O Estado começou a implantar as mudanças no ano de 2019, com isso a educação potiguar já conta com cem estabelecimentos dentro do programa com escolas-piloto, que tiveram mudanças pontuais, como a ampliação da carga horária e a inclusão de unidades curriculares, como projeto de vida e eletivas.
De acordo com o subcoordenador de ensino médio da Secretaria de Estado da Educação, Manoel Neto, as escolas-modelo contavam com 800 horas anuais e passaram a ter três mil horas anuais ao longo das três séries.
Neto diz que o Estado deve seguir o cronograma nacional, que obriga a adaptação total a partir de 2022. “Dentro desse cronograma, nós somos obrigados a partir do próximo ano a começar essa mudança e a implementação desse novo currículo que elaboramos agora a partir das primeiras séries”, explica.
A portaria que rege a implantação da nova base curricular do ensino médio obriga todos os estados do país a começarem pela primeira série, em seguida a segunda série no ano de 2023 e, por fim,a terceira série do ensino médio em 2024. Assim, em 2015 todos os estudantes do ensino médio do país estarão seguindo a nova base curricular.
Para a ex-secretária de educação do RN e membro do Conselho Estadual de Educação, Cláudia Santa Rosa, a atualização da base curricular do ensino médio era esperada por todos os profissionais de educação do país há muito tempo.
“São alterações muito bem vindas, que vão conferir mais motivação aos estudantes para concluírem o ensino médio”, afirma.
Segundo Santa Rosa, a situação dos estudantes potiguares é praticamente a mesma dos estudantes de outros estados, e acredita que eles estão prontos para apreciar as mudanças. Ela diz que o maior impacto dessa nova proposta é a dinamicidade que vai conferir aos estudantes, fazendo com que o índice de estudantes que concluam o ensino médio aumente.
“Nós sabemos que há um baixo percentual, inclusive aqui no Rio Grande do Norte, de jovens que começam e não concluem o ensino médio. A gente precisa melhorar esse indicador”, diz a ex-secretária estadual de educação.
Para ela, a atual grade curricular do ensino médio tem grande responsabilidade no número de pessoas que não concluem o ensino médio no Brasil, que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram 69,5 milhões de pessoas com 25 anos ou mais, o que representa (51,2%).
No Nordeste, três em cada cinco adultos (60,1%) não completaram o ensino médio. Entre as pessoas de cor branca, 57,0% tinham concluído esse nível no país, enquanto essa proporção foi de 41,8% entre pretos ou pardos. Entre os principais motivos para a evasão escolar, os mais apontados foram a necessidade de trabalhar (39,1%) e a falta de interesse (29,2%). Entre as mulheres, destaca-se ainda gravidez (23,8%) e afazeres domésticos (11,5%).
Apesar de ser entusiasta da nova grade curricular, Cláudia Santa Rosa demonstra preocupação com a formação dos professores da rede estadual de educação e a falta desses profissionais no quadro de servidores.
“Uma questão que eu chamo atenção, é que todas as escolas precisa ter, no mínimo, a equipe completa de professores. Se o Estado não se programar nesse sentido, fica comprometido o novo e o velho ensino médio”, diz ela.
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