Cotidiano

RN não recicla 98% do lixo e perde quase R$ 700 milhões por ano

RN deixar de ganhar R$ 670 milhões por ano com a conversão de resíduos sólidos em novos produtos

por: NOVO Notícias

Publicado 2 de junho de 2021 às 09:50

Apenas 2% do lixo é reciclado no RN enquanto que, no país, esse número sobe para pouco mais de 3%

Às vésperas do Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), números atestam que ainda falta consciência sustentável no Rio Grande do Norte. Isso porque 98% do lixo produzido no Estado não é reciclado, fato que faz o RN deixar de ganhar cerca de R$ 670 milhões por ano com a conversão de resíduos sólidos em novos produtos.

As informações são do Sindicato das Indústrias de Reciclagem e Descartáveis do Estado (SindRecicla), que afirma que os seus associados operam hoje com apenas 65% da capacidade que possuem. Ou seja: há condições de receber bem mais recicláveis que a oferta atual. Além do prejuízo em receita, o RN perde também na geração de empregos: 15 mil aproximadamente.

De acordo com o presidente do sindicato, o empresário Etelvino Patrício de Medeiros, os prejuízos da não reciclagem são ambientais, sociais, econômicos e de saúde pública.

“Ainda destinamos a aterros e lixões materiais com longo processo de decomposição que poderiam ser transformados em receita e empregos, deixando de ameaçar o Meio Ambiente e a saúde das pessoas”, explica ele.

O desempenho ruim do Rio Grande do Norte no que diz respeito à reciclagem é reflexo do que acontece em todo o Brasil. O problema, como conta Patrício, é que os índices registrados no Estado ainda são menores que a média nacional: apenas 2% do lixo é reciclado no RN enquanto que, no país, esse número sobe para pouco mais de 3%.

Em tempos de pandemia, com o aumento do lixo doméstico e a economia mais debilitada, torna-se ainda mais urgente a identificação do potencial econômico do lixo, diz o presidente do SindRecicla. “A reciclagem ainda é subestimada pela sociedade, mas ela tem capacidade de restabelecer empregos e negócios que estão sendo subtraídos todos os dias”, afirma ele.

Patrício acredita ser possível uma mudança nesse quadro, a partir da mobilização social em favor da reciclagem. O que passa, segundo o presidente, pela própria conscientização das pessoas, mas também por ações do poder público com o intuito de informá-las e orientá-las. Campanhas educativas, por exemplo, cumprem um papel importante nesse contexto, de acordo com o empresário.

O SindRecicla conta hoje com 33 associados, que recebem materiais diversos, tais quais plásticos, metais, papelões e resíduos da construção civil. O produto dessa reciclagem é enviado para outros estados e até outros países. Resultados da transformação não somente do descartável em utilizável, mas principalmente do que já não tem mais serventia em boas e novas perspectivas.

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