A Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) confirmou nesta quarta-feira (11) o primeiro caso de febre Oropouche no estado. O diagnóstico ocorreu em agosto, na cidade de Parnamirim, região metropolitana de Natal. A paciente é uma mulher, de 69 anos, que já está curada e não precisou de internação.
Até o momento, o Rio Grande do Norte tem outros nove casos suspeitos da doença ainda sob investigação.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil enfrenta um surto de casos da doença, e o Rio Grande do Norte era o único estado do Nordeste que ainda não havia registrado ocorrência confirmada.
A Sesap destaca para a população que a ocorrência do primeiro caso não aponta para uma situação de alarme do estado. “A partir desse primeiro caso, já acionamos a secretaria municipal de saúde, que segue em campo e atenta à região onde ocorreu a confirmação. Até agora não há indicativos de novos casos relacionados a esses”, explicou Diana Rego, coordenadora de vigilância em saúde da Sesap.
A febre Oropouche é uma arbovirose, assim como a dengue, zika e chikungunya, transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim. Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores musculares e atrás dos olhos.
De acordo com o Ministério da Saúde, existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença confirmados até o momento:
– Ciclo silvestre: bichos-preguiça e primatas não-humanos, além de possivelmente aves silvestres e roedores, atuam como hospedeiros do vírus Oropouche (OROV). O vetor primário é o Culicoides paraenses (popularmente conhecido como mosquito-pólvora ou maruim), especialmente nas áreas onde ocorrem surtos em humanos, mas a transmissão também pode ocorrer por meio do Coquillettidia venezuelensis e do Aedes serratus.
– Ciclo urbano: os humanos são os hospedeiros principais. O vetor primário também é o Culicoides paraenses. Esse inseto é altamente eficaz na transmissão do vírus em áreas urbanas. Eventualmente, o Culex quinquefasciatus pode transmitir o vírus em ambientes urbanos, mas seu papel é secundário em comparação ao mosquito-pólvora. O ciclo urbano do OROV depende, principalmente, da interação entre os humanos e o Culicoides paraensis, tornando esse inseto o principal responsável pelos surtos de febre oropouche nas cidades.
A febre do oropouche apresenta semelhança clínica com casos febris de outras arboviroses, como dengue, febre amarela e chikungunya. Isso significa que os sintomas iniciais dessas doenças, como febre, dor de cabeça, e dores musculares e articulares, podem ser muito semelhantes, tornando difícil diferenciá-las clinicamente.
É uma doença muito parecida com a dengue e a chikungunya, e parte dos pacientes podem ter a volta dos sintomas depois de uma a duas semanas.
Já o quadro clínico agudo da doença outros sintomas relatados são tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos.
Podem ocorrer, ainda, casos com acometimento do sistema nervoso central (meningite asséptica, meningoencefalite), especialmente em pacientes imunocomprometidos, e com manifestações hemorrágicas (petéquias, epistaxe, gengivorragia).
A maioria dos casos tem evolução benigna, sem sequelas, e ainda não há tratamento específico.
Outras medidas que podem ser eficazes são:
Usar óleo corporal na pele, caso precise entrar em uma área infestada.
Eliminar os criadouros onde o mosquito pólvora se reproduz;
Não se expor no horário de pico do inseto, normalmente no fim da tarde;
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