O Rio Grande do Norte confirmou nesta segunda-feira (07) o primeiro caso de infecção por mucormicose em um paciente infectado com a Covid-19. O caso se trata de uma mulher, de 42 anos, moradora de Natal, que fez uma biópsia que confirmou a ocorrência do fungo.
O caso foi confirmado, por meio de nota, pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). “A equipe de vigilância da Sesap está acompanhando o quadro, avaliando os exames, o histórico de movimentações da paciente e sua situação clínica atual”, informou a Sesap em nota.
Ainda de acordo com a Sesap, a biópsia confirmou a ocorrência do fungo e ela encontra-se em tratamento com anti-fúngicos.
A mucormicose é uma infecção por fungo que causa lesões escuras na pele. A doença pode acometer olhos, boca, pele, pulmão e até o cérebro.
Segundo o Ministério da Saúde, há outros quatro casos de mucormicose confirmados no Brasil, entre eles duas mortes, associadas à Covid-19. A doença ficou popularmente conhecida como “fungo preto” após ser registrada em cerca de 9 mil pacientes de Covid-19 na Índia.
Os casos foram registrados Mato Grosso do Sul, Amazonas, São Paulo e Santa Catarina.
O aparecimento da doença atrelada a casos de covid-19 pode estar relacionado ao uso de altas doses de corticóides associado a um quadro de diabetes descontrolado, combinação que aumenta a chance de infecção pelo fungo, segundo infectologistas.
A mucormicose é causada por fungos da ordem Mucorales, e foi identificada pela primeira vez em 1885. Esses fungos podem estar presentes no ar, na água, em diversos ambientes. Podem acometer principalmente pessoas com o sistema imunológico deprimido, uma vez que os fungos são oportunistas, aproveitando-se da baixa imunidade para se instalar no organismo. Dessa forma, imunossuprimidos, diabéticos e pacientes internados em UTI são mais vulneráveis à mucormicose.
Os fungos Mucorales são transportados pelo ar e a infecção costuma ocorrer pela inalação de seus esporos ou, ainda, por meio de uma laceração na pele, como cortes ou queimaduras. A doença começa a se manifestar como infecção de pele nas bolsas de ar localizadas atrás da testa, nariz, maçãs do rosto e entre os olhos e os dentes.
Em seguida, o fungo pode se espalhar para os olhos, pulmões, podendo atingir também o cérebro. Isso leva ao escurecimento ou descoloração do nariz, visão turva ou dupla, dor no peito, dificuldades respiratórias e tosse com sangue. Ao atingir os vasos sanguíneos da via área e dos seios da face, o fungo compromete a circulação do sangue até necrosar os tecidos nestes locais.
A doença é tratada por meio de medicamentos antifúngicos. Quando a infecção chega ao estágio de necrose, as áreas afetadas precisam ser removidas por meio de cirurgia. O diagnóstico precoce e início imediato do tratamento adequado é fundamental para aumentar as chances de cura da doença, que apresenta uma taxa de letalidade de 50 a 60%.
Os estudos acerca da relação entre a mucormicose e a Covid-19 ainda estão em fase inicial, mas os infectologistas acreditam que a ocorrência da doença em pacientes com histórico de Covid-19 esteja relacionada ao seu estado debilitado, acometendo principalmente pacientes hospitalizados e em estado grave.
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