A janela partidária, período de 30 dias onde parlamentares podem trocar de legenda sem correr o risco de perder o mandato, e que ocorre seis meses antes de cada pleito, está prestes a se encerrar. Entramos na última semana da janela, os atores políticos têm até a próxima sexta-feira (1) para consolidarem a mudança partidária, e muitas surpresas devem acontecer nestes cinco dias restantes.
As novas regras políticas, que colocaram um fim ao instituto das coligações para a disputa de cargos proporcionais, dificulta a vida para aqueles candidatos alocados em partidos com pouca representatividade, e isso faz com que os propensos candidatos procurem siglas capazes de formar uma nominata forte, com condições de concorrer e conquistar vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados.
Um dos partidos mais comentados nesse período é o PSDB, do presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira. A sigla tucana tem a maior bancada na ALRN e se depender dos movimentos de bastidores, pode ser ainda maior na próxima legislatura.
O partido, que contava com cinco deputados estaduais, já recebeu a ficha de filiação assinada por pelo menos mais um, Albert Dickson, que deixou o PROS, e tem confirmada também a chegada de Ubaldo Fernandes, vindo do PL. Outros parlamentares ainda podem desembarcar no ninho tucano a convite do presidente da sigla, como Hermano Morais, que deve deixar o PSB.
“Admito – a saída do PSB – porque é questão de sobrevivência política”, disse Hermano Morais, que também falou sobre convites para mudar de sigla: “Eu já fui convidado pelo PSDB, pelo presidente Ezequiel Ferreira, e recebi outros convites também que estou estudando.”
No Partido Liberal, que recebeu a filiação do presidente Jair Bolsonaro, integrantes antigos estão deixando a sigla. O partido, que no RN é comandado por João Maia, e até pouco tempo apoiador do governo Fátima, agora é defensor da política de Bolsonaro, e isso já afastou dois dos três deputados estaduais que o PL tem no RN. George Soares e Ubaldo Fernandes disseram tchau ao PL, e o terceiro, Kleber Rodrigues, deve seguir o mesmo caminho. Essa movimentação praticamente esvazia a nominata do partido à Assembleia.
Outros deputados devem anunciar nos próximos dias uma nova casa para a disputa da reeleição em outubro. Parlamentares que já disseram que deixariam o partido onde estão hoje mas ainda não deram sinais de onde vão desembarcar, como Galeno Torquato, que segundo o presidente do PSD, Jacó Jácome, já confirmou a saída da agremiação que era comandada por Robinson Faria, que foi para a base aliada ao presidente Bolsonaro e deve se filiar ao PL.
Como o fim da janela partidária se dá quando faltarem exatamente seis meses para as eleições, a troca de partidos só pode ser feita até esta sexta-feira também por aqueles que não estão entre os beneficiados pela regra. Segundo entendimento da Justiça, apenas os propensos candidatos que estejam com mandato terminando poderiam trocar de sigla neste momento sem perder o mandato.
Por isso, alguns nomes conhecidos e sem mandatos, também devem se movimentar nesta semana. Duas das mais aguardadas mudanças devem chegar ao PSB, de Rafael Motta. O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, que há décadas está no MDB, deve deixar a sua histórica sigla no ninho bacurau, onde não é mais tão bem-vindo, para disputar uma volta à Brasília pelo partido socialista, que está na expectativa de receber também a filiação de Jaime Calado (PROS), que só não se definiu ainda pela mudança, pois confia que ainda há possibilidade de ser o candidato a vice-governador de Fátima.
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