Com o fim da obra de Oiticica, reservatório já passa a contribuir para o cenário hidrográfico do RN - Foto: Assecom-RN

Cotidiano

Abastecimento Reservatórios do RN encerrarão 2024 com o maior volume dos últimos quatro anos

Volume hidrográfico é capaz de manter o abastecimento das principais cidades do estado em 2025, mesmo que o ano não tenha bom quadro chuvoso

por: NOVO Notícias

Publicado 20 de dezembro de 2024 às 10:30

O Rio Grande do Norte encerrará o ano de 2024 com um expressivo volume hidrográfico em seus reservatórios monitorados. Atualmente, o estado registra 64,5% de sua capacidade máxima, que ultrapassa 4,5 bilhões de metros cúbicos, conforme dados do Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn).

O volume total registrado nesta quinta-feira (19) é de 2,8 bilhões de metros cúbicos, sendo que a maior parte está concentrada nas três maiores barragens do estado: Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves, em Assú; Santa Cruz, em Apodi; e Umari, em Upanema. Juntas, essas barragens acumulam 2,2 bilhões de metros cúbicos, representando 80,6% do volume total armazenado.

Para o ano de 2025, o RN ganhará dois importantes reforços no quesito segurança hídrica, com a inauguração da barragem de Oiticica, em Jucurutu, e a reativação da barragem Passagem das Traíras, que passou por obras de recuperação e deve ser entregue pelo Governo do Rio Grande do Norte nos próximos dias.

“Hoje, o Rio Grande do Norte, com seus principais reservatórios, consegue acumular mais de 4,5 bilhões de metros cúbicos. Com a entrega desses dois equipamentos – Passagem das Traíras e Oiticica -, o estado do Rio Grande do Norte superará 5 bilhões de metros cúbicos. Para você ter ideia, a gente tem um volume armazenado maior do que o Estado da Paraíba, e vamos agora nos tornar maiores ainda”, destaca Paulo Sidney, diretor-presidente do Igarn.

O gestor comemora a chegada dessas duas novas barragens no contexto hidrográfico do RN, que possibilitará tranquilidade para a população da região Seridó Potiguar nos quesitos abastecimento e segurança hídrica.

“Esses reservatórios vão garantir, juntamente com outras ações estratégicas que o Estado está realizando, como o sistema adutor do Seridó, que os 25 municípios do Seridó tenham uma oferta hídrica suficiente para não depender do regime de chuvas. Quando estivermos com todos eles operando, e com o incremento das águas do São Francisco, que um dos ramais entra aqui pelo Seridó, fazendo Oiticica um reservatório de passagem com destino a Armando Ribeiro Gonçalves, nós poderemos ter um volume adicional de água, sempre que necessário, para manter esses reservatórios estratégicos dentro de um nível que assegure oferta hídrica para a população. Então, eu diria que do ponto de vista da segurança hídrica, nós atingiríamos aí segurança total aqui na região do Seridó”, completa.

Falando em garantir segurança hídrica, Sidney destaca também que o volume atual de água nos reservatórios do RN é satisfatório para manter as principais cidades do estado abastecidas, mesmo que não se tenha um bom volume de chuvas nos próximos meses.

“Isso nos garante ainda, não para todo estado, porque essa distribuição não é uniforme, mas nos dá uma certa tranquilidade de que, mesmo que não tenhamos uma boa quadra chuvosa, nós não teremos problema de abastecimento nas principais cidades que são abastecidas pelos sistemas adutores”, comemora Paulo Sidney, diretor do Igarn.

Com a finalização das obras da barragem de Oiticica, o Rio Grande do Norte dá um passo importante em direção a um futuro tranquilo em questão de abastecimento hídrico. É o que garante Paulo Varela, titular da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do RN.

“Nós damos aqui um passo definitivo, decisivo, não somente de 2024 para 2025, mas de 2024 para o futuro. Hoje terminamos uma etapa, e é preciso agora usar bem essa água no turismo, na agricultura, no abastecimento humano e assim por diante. Então acho que a finalização de Oiticica, efetivamente é algo para celebrar. É o raiar de um novo horizonte para o Seridó, para o RN, e não somente para 2025, mas para os anos que virão”, celebra Varela.

Para melhorar a expectativa de um futuro próximo com água em abundância, o meteorologista Gilmar Bistrot, da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Emparn), prevê que as chuvas nos primeiros meses de 2025 serão dentro da normalidade, ou seja, nada de surpresas negativas. Ele explica que o cenário criado a partir das condições meteorológicas sobre os oceanos “remete à previsão de chuvas entre os meses de janeiro a março, com chuvas próximas à normalidade. Deveremos ter um mês de janeiro um pouquinho mais chuvoso por conta da formação de sistemas meteorológicos transientes, que trarão chuvas principalmente na primeira quinzena”.

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