Neste domingo (31), o jornalista Leonardo Monteiro, correspondente da TV Globo, foi xingado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e agredido por um segurança durante a cobertura da cúpula do G20, em Roma.
O repórter foi empurrado e levou um soco no estômago, segundo a emissora.
A agressão teria ocorrido no momento em que Bolsonaro conversava com apoiadores em frente à embaixada brasileira na Itália, após o fim do evento com líderes mundiais.
O repórter teria sido hostilizado após perguntar ao presidente sobre sua ausência nas reuniões com governantes de outros países durante esta manhã.
“Presidente, presidente. O cara tá empurrando, gente. Presidente, por que o senhor não foi de manhã no encontro do G20?”, perguntou Leonardo Monteiro, segundo o G1. “É a Globo? Você não tem vergonha na cara”, disse Bolsonaro.
“Oi, presidente, por que o senhor não foi de manhã nos eventos do G20?”, insistiu o repórter. O político continuou: “Vocês não têm vergonha na cara, rapaz”.
Os atos de agressão física, cometidos por um segurança, teriam ocorrido na sequência.
Além de Monteiro, jornalistas do UOL e da Folha de S.Paulo também foram intimidados e hostilizados durante a cobertura da passagem de Jair Bolsonaro pelo G20.
Em editorial, a TV Globo criticou a atitude do presidente e o episódio de violência contra Monteiro. Confira o posicionamento da emissora:
“A Globo condena de forma veemente a agressão ao seu correspondente Leonardo Monteiro e a outros colegas em Roma e exige uma apuração completa de responsabilidades.
Quem contratou os seguranças? Quem deu a eles a orientação para afastar jornalistas com o uso da força? Os responsáveis serão punidos? A Globo está buscando informações sobre os procedimentos necessários para solicitar uma investigação às autoridades italianas.
No momento, ficam o repúdio enfático, a irrestrita solidariedade a Leonardo Monteiro e demais colegas jornalistas de outros veículos e uma constatação: é a retórica beligerante do presidente Jair Bolsonaro contra jornalistas que está na raiz desse tipo de ataque.
Essa retórica não impedirá o trabalho legítimo da imprensa. Perguntas continuarão a ser feitas, os atos do presidente continuarão a ser acompanhados e registrados. É o dever do jornalismo profissional. Mas essa retórica pode ter consequências ainda mais graves.
E o responsável será o presidente.”
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