Brasil

Renda média do natalense em 2022 é menor que antes da pandemia

Em 2019, média salarial em Natal era de R$ 1.114,39; no segundo trimestre deste ano, valor foi de R$ 1.093,18

por: NOVO Notícias

Publicado 31 de outubro de 2022 às 16:00

Natal é uma das cidades mais desiguais do país – Foto: Dayvissom Melo

A renda média per capita oriunda do trabalho em Natal fechou o segundo trimestre de 2022 em R$ 1.093,18. O valor é menor do que recebia o empregado no mesmo período de 2019, antes da pandemia de Covid-19, quando a média salarial era de R$ 1.114,39. O rendimento potiguar  está distante da média das metrópoles brasileiras (R$ 1.518,35).

As informações constam na décima edição do “Boletim – Desigualdade nas Metrópoles”, produzido em parceria pelo Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), o INCT Observatório das Metrópoles e a Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL).

O levantamento analisa os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O recorte utilizado é o das 22 principais áreas metropolitanas do país, de acordo com as definições do IBGE. Os dados estão deflacionados para o segundo trimestre de 2022, de acordo com o IPCA.

A pesquisa também analisa o índice de Gini, que mede a desigualdade e a concentração de renda, aponta que Natal é uma das capitais mais desiguais do país. O índice potiguar é de  0,648 no trimestre, o que representa aumento significativo em relação ao período anterior à pandemia, em 2019, quando chegou a 0,623.

Natal teve o segundo pior registro entre as regiões analisadas, ficando atrás de João Pessoa [0,663].  Após a capital potiguar, o ranking das cinco piores desigualdades é seguido por Aracaju [0,643], Recife [0,637] e Maceió [0,636]. Já as cinco metrópoles menos desiguais, em ordem decrescente de desigualdade de renda, foram as seguintes: Manaus [0,573], Curitiba [0,549], Goiânia [0,550], Florianópolis [0,549] e Vale do Rio Cuiabá [0,520].

“Por mais que o nível de desigualdade da renda do trabalho tenha retornado ao patamar pré-pandêmico, isso não se traduz em um mesmo nível de bem-estar. O que observamos foi uma recuperação das desigualdades combinada com uma redução do nível de rendimentos. Ou seja, estamos tão desiguais quanto no período anterior à pandemia, mas com um nível médio de renda ainda muito inferior”, explica André Salata, professor da PUCRS e um dos coordenadores do estudo.

Agora, de acordo com os últimos dados liberados pelo IBGE, entre o primeiro e o segundo trimestres de 2022 houve aumento de 4,8% na renda domiciliar do trabalho, que alcançou a média de R$1.518,35. Em que pese se trate da mais expressiva variação positiva da renda desde o início da pandemia, o valor ainda é 6,5% menor do que aquele encontrado no início de 2020.

Para Marcelo Ribeiro, professor do IPPUR-UFRJ e um dos coordenadores do estudo, os mais pobres foram os que mais sentiram a queda em sua renda. “Mais recentemente, no entanto, os prejuízos se tornaram maiores entre os 10% mais ricos, cuja renda hoje é ainda 10% menor do que no período anterior à pandemia”. E continua: “Enquanto os mais pobres sofreram um grande choque no início, com aumento do desemprego e queda imediata da renda, os mais ricos sofreram perdas maiores recentemente, devido à dificuldade de manter o poder de compra de seus salários em meio ao processo inflacionário num contexto de crise econômica.”

Ranking da renda média por região metropolitana:

Distrito Federal: R$ 2.131,77
Florianópolis: R$ 1.999,19
São Paulo: R$ 1.822,81
Curitiba: R$ 1.693,36
Porto Alegre: R$ 1.595,06
Rio de Janeiro: R$ 1.542,05
Belo Horizonte: R$ 1.517,73
Goiânia R$ 1.453,33
Grande Vitória: R$ 1.434,93
Vale do Rio Cuiabá: R$ 1296,17
Belém: R$ 1.156,51
Aracaju: R$ 1.154,25
Natal: R$ 1.093,18
Macapá: R$ 1.025,11
Salvador: R$ 1.071,40
Fortaleza: R$ 1.019,87
Teresina: R$ 962,21
João Pessoa: R$ 957,50
Maceió: R$ 939,09
Manaus: R$ 912,05
Recife: R$ 849,24
Grande São Luís: R$ 832,58