Novo prédio da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, no local onde antes funcionou a Penitenciária João Chaves, disponibilizará vagas para três mil alunos
Publicado 6 de junho de 2022 às 17:09
No lugar de armas e rebeliões, livros e ações educativas; em vez de homens presos, estudantes livres para mudar a sociedade através do conhecimento. Localizado onde antes era a Penitenciária Central Dr. João Chaves; conhecido no passado como Caldeirão do Diabo; na av. João Medeiros Filho, bairro Potengi, o novo prédio do Campus Natal da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) inaugura uma nova fase para a educação potiguar, principalmente para os jovens da zona Norte de Natal.
Parada há cerca de sete anos, a obra foi retomada pelo Governo do Estado, concluída e inaugurada no último dia 25 de maio.
A nova estrutura conta com um piso de estacionamento e três pavimentos com 20 salas de aula, biblioteca, auditório, laboratórios e salas de professores. Foram gastos nessa retomada, R$ 733 mil, segundo dados oficiais do Governo do Estado.
Atualmente, o campus da Uern em Natal conta com cerca de mil estudantes matriculados nos cursos de graduação de Direito, Turismo, Ciência da Computação, Ciência e Tecnologia e Ciências da Religião. O novo prédio da Uern ampliará a oferta de vagas para três mil alunos.
Com a reforma, o Campus de Natal possou a ter três pavimentos e será direcionado às atividades de pesquisa e ensino, com salas de aulas, biblioteca, laboratórios, auditório e salas de departamentos e de professores.
Para a reitora da Uern, Cecília Maia, a instituição tem a missão de levar ensino superior gratuito e de qualidade aos locais que mais necessitam desse serviço. E não é à toa que a universidade está presente na ZN. O novo campus facilitará o acesso à educação para os estudantes dessa região da cidade, inclusive àqueles com algum tipo de deficiência física, já que as novas instalações segue todas as determinações de acessibilidade.
“Há 20 anos chegamos em Natal e desde que viemos para a zona Norte vemos o impacto positivo da nossa presença em todos esses bairros e comunidades no entorno do campus, seja através dos nossos cursos de graduação, seja através de nossas pesquisas ou projetos de extensão, como é o caso da Educa e do Núcleo de Práticas Jurídicas”, diz a reitora Cicília Maia.
A reforma proporcionará a Uern oferecer até mais oito novos cursos de graduação, em três turnos de funcionamento. Os cursos serão definidos com base nas demandas atuais e locais dos estudantes da zona Norte, e depois seguem para aprovação nos Conselhos Superiores da Universidade.
Em 53 anos de existência, a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte já formou cerca de 50 mil profissionais, inclusive mais de 90% dos professores das redes municipal e estadual de ensino no interior do estado.
A obra teve início em 2009, foi interrompida por anos, sendo retomada em fevereiro de 2019. A reforma do campus da Uern em Natal foi executada pela Secretaria de Infraestrutura do RN, que fez ajustes e adaptações nos projetos existentes. O campus de Natal foi fundado em 13 de junho de 2002.
“Essa é uma obra que já se arrastava por muitos anos e agora o Governo do estado do Rio Grande do Norte entrega esse importante equipamento à sociedade norte-rio-grandense. A Uern significa desenvolvimento social e econômico, conhecimento e educação. É uma alegria ter participado, ao longo desse período, das soluções que levaram até esse momento de inauguração. Agora, esse grande prédio se encontra à disposição dos natalenses”, comentou o secretário Gustavo Coelho, da SIN/RN.
Quem viveu os anos oitenta em Natal, convivia com as constantes notícias de rebeliões e mortes na Penitenciária João Chaves, que abrigava os criminosos mais perigos e temidos da sociedade potiguar. Com o crescimento e expansão da zona Norte, o antigo presídio passou a ser uma presença desagradável e ameaçadora para quem vivia nas suas proximidades. Os casos de mortes violentas dentro da prisão estampavam os jornais da época e aterrorizavam a população. Um dos casos mais famosos foi a morte do trio formado por Paulo Queixada, Demir e Naldinho do Mereto. Na época, a Polícia Civil do Rio Grande do Norte era comandada pelo delegado Maurílio Pinto de Medeiros.
Com as novas diretrizes adotas pela segurança pública à época, a casa de detenção foi perdendo o seu papel, se tornando um depósito de presos violentos, que já não mais cabia no ambiente cada vez mais urbanizado e habitado da zona Norte de Natal. A partir de 2003 o Ministério Público do Estado passou a documentar com laudos o comprometimento da estrutura física do presídio, iniciando os capítulos finais dessa história. O último detento do sistema fechado deixou a penitenciária em março de 2006.
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