O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) estima que a reconstrução da ponte na BR-304, que passa pelo Rio da Serra, em Lajes, vai levar de oito a 12 meses. O trecho viário entre o km 204 e o 206 da rodovia foi afetado pelas fortes chuvas que atingiram a região no domingo (31). O tráfego está interditado nos dois sentidos da rodovia.
Segundo o diretor do DNIT no Rio Grande do Norte, Getúlio Batista, uma equipe de técnicos da autarquia trabalha na avaliação da estrutura viária. Além disso, serão feitos estudos para a abertura de uma via alternativa que possa ser utilizada durante o período de reconstrução da ponte.
Na avaliação prévia, o projeto de recomposição de todo o trecho da pista será feito em caráter emergencial. “Até o momento a estimativa é de que serão necessários entre oito e 12 meses para reconstruir os 70 metros de ponte e os cerca de 300 metros da pista destruídos. Vamos iniciar os estudos”, afirmou Getúlio Batista.
Ele reforça que o DNIT vai iniciar os estudos para construção de uma via alternativa ao tráfego. Ainda de acordo com o superintendente, uma equipe do DNIT nacional está vindo para o Rio Grande do Norte para dar andamento aos estudos necessários aos projetos. Não há previsão de custos da obra.
Na noite do domingo (31), a ponte colapsou e equipes da autarquia estão investigando as causas do incidente para a elaboração do laudo técnico. visando garantir a trafegabilidade dos usuários da rodovia, foram elaboradas em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o DNIT e o Governo do RN.
O Rio Grande do Norte iniciou a semana com os transtornos causados pelas fortes chuvas que atingiram o estado durante o fim de semana. Pelo menos uma morte foi registrada. Além disso, o grande volume pluviométrico elevou rios e derrubou pelo menos duas pontes em rodovias. Uma delas na BR-304, que liga Natal a Mossoró, e a outra na RN-041, que liga a BR-304 ao município de Santana do Matos.
Os danos causados pelas chuvas causaram a morte de um homem no último sábado (30). Ele foi arrastado pela correnteza de um rio em Florânia, na região Central. Uma adolescente de 13 anos também foi arrastada pela água, mas foi resgatada com vida.
Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), entre o domingo (31) e esta segunda-feira (1º), foram registradas chuvas em todo o estado, principalmente no interior, nas regiões Oeste, Central e Agreste. Os maiores acumulados ocorreram em Luís Gomes (178,4 mm), Parnamirim (150 mm)e em São Pedro (125mm). Em Luís Gomes e Severiano Melo, ambos no Oeste Potiguar, choveu de ontem para hoje, 99,1mm e 80.8mm, respectivamente.
Além disso, mais de 200 pessoas foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros, após ficarem ilhadas em diferentes cidades desde o último sábado. O helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF) atuou para o resgate de 11 pessoas, incluindo três crianças, na região rural do município de Santa Cruz.
As preocupações não se limitam apenas às operações de resgate. A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) está mobilizando esforços para inspecionar danos na tubulação da adutora Sertão Central, entre Lajes e Riachuelo. A suspensão do abastecimento de água para algumas cidades é necessária para avaliar os estragos e realizar os reparos.
O problema afeta Angicos, Fernando Pedrosa, Pedro Avelino, Lajes, Pedra Preta, Caiçara do Rio dos Ventos, Jardim de Angicos, Riachuelo, Cachoeira do Sapo e a zona rural de Santana do Matos enfrentam a possibilidade de suspensão no abastecimento de água. O retorno do sistema dependerá das condições climáticas e dos esforços de reparo em campo, conforme informado pela Caern.
Pelo menos 30 cidades relataram danos em estradas vicinais, levando à suspensão temporária da operação carro-pipa pelo Exército Brasileiro.
São Rafael registrou o desabamento parcial de uma residência, sem vítimas. Em Florânia, duas pessoas foram arrastadas pela correnteza ao atravessar de moto a sangria do Açude Novo, resultando na morte de uma delas e ferimentos na outra. Baraúna apresentou pontos de alagamentos já identificados pela Defesa Civil.
Em Bento Fernandes, a sangria do rio Espinheiro causou inundações em plantações, afetando a agricultura de subsistência. O rio Trairi, em Santa Cruz, também transbordou, levando pessoas a se arriscarem a tomar banho. Em Currais Novos, a sangria do açude Dourado e o aumento do rio São Bento colocam a população em risco de inundações, com monitoramento das autoridades locais. Tibau do Sul registrou movimento de massa nas falésias e pontos de alagamentos, enquanto Macaíba e Extremoz tiveram pontos de alagamentos pontuais, sem prejuízos. Em Apodi, casas foram alagadas e moradores precisaram ser retirados.
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