Escalado como uma espécie de porta-voz da atual gestão do Governo do Estado, o secretário estadual de tributação, Carlos Eduardo Xavier, tem se destacado pela capacidade de articulação e diálogo. Cadu, como é conhecido, se tornou referência ao dar cara as ações de entendimento do governo com a classe empresarial durante a pandemia, momento em que o setor econômico foi severamente atingido pelas restrições impostas pela crise sanitária.
A característica de conciliador do gestor, auditor fiscal de carreira, e que ocupa hoje o seu primeiro cargo de alto escalão em uma administração pública, tem atraído a atenção de pessoas próximas à governadora não só na gestão, mas também nas caminhadas políticas.
No início da semana, Carlos Eduardo Xavier declarou pela primeira vez que seu nome está à disposição do Partido dos Trabalhadores, onde se filiou recentemente, para disputar uma vaga de deputado federal em 2022. O anúncio veio depois de muita reflexão, em decorrência das insistentes investidas de aliados do Governo, conforme conta em entrevista ao NOVO.
Por que a decisão de se lançar pré-candidato a deputado federal?
Isso não era e nunca foi um projeto pessoal meu. Essa é a primeira participação minha numa gestão pública de alto escalão. Sou servidor público há 16 anos. Tive o convite da governadora para participar primeiro da equipe de transição, e posteriormente da equipe de governo. E tem sido uma grande experiência para mim. Tenho atuado não só na pasta da Tributação, onde a gente fez e vem fazendo junto com as demais secretarias, uma revisão da política tributária do Estado. A gente partiu do diagnóstico de que desde a transição, de que a gente precisaria, além de uma pauta de ajuste fiscal, a gente precisava de uma pauta de desenvolvimento. O estado estava parado, estagnado no tempo. A gente fez uma ampla revisão tributária. Isso tá gerando muitos frutos. A gente tem conseguido, além de manter as nossas indústrias e empresas aqui, a gente tem atraído novos investimentos para o estado. Vai ficar um legado para o Estado.
Mas não é comum um secretário de uma pasta técnica como a Tributação candidatar-se a cargo eletivo?
A governadora me convidou para participar do comitê de gestão de crise da pandemia, nós participamos ativamente das ações. Houve uma grande exposição minha como sendo a pessoa que levava a posição do Governo naquele momento mais crítico. E aí algumas pessoas próximas começaram a dizer que tinha potencial, que deveria entrar na vida pública, que se precisa de pessoas com o meu perfil e etc. E eu refleti por muito tempo. Eu me filiei ao PT em
junho, foi o primeiro ato político, no dia do meu aniversário, a convite da governadora.
E a partir dali a coisa foi se materializando?
Mas a eleição em um partido com nomes fortes como o PT não fica mais difícil? É possível a gente fazer três deputados federais na eleição do ano que vem, e a intenção minha, neste momento, é colocar meu nome à disposição para disputar essa terceira vaga. Claro, ajudar também na eleição do deputado Mineiro e da deputada Natália. E, também, o projeto principal, que é o que faço hoje, que é ajudar a Governadora a manter o mandato dela, pra gente continuar esse ciclo que iniciamos em 2019, e que a gente tá tirando o RN daquele quadro de trevas, e trazendo novas perspectivas pro Estado.
Uma candidatura a deputado federal não é um passo muito alto para uma primeira disputa?
Eu tenho os dois pés no chão. Essa possibilidade de deputado federal vem do quadro político. Essa avaliação foi feita por pessoas próximas a mim, de que, até com a aprovação das novas regras, é muito possível a gente conseguir fazer os três deputados federais. É uma tentativa. Eu estou aberto a discussões. Eu estou me disponibilizando, eu sou servidor de carreira, a contribuir na vida pública, e a possibilidade que a gente enxerga agora é essa. Se o partido enxergar diferente, se a conjuntura política enxergar diferente, tudo bem, a gente pode rever isso mais à frente.
Qual a avaliação que o senhor faz da bancada federal do RN?
Generalizar sempre é ruim. A gente tem oito deputados federais, cada um com sua característica. Exemplo da deputada Natália, ela faz um papel que ela está ali pra fazer. Ela é muito militante, tem causas e bandeiras muito bem definidas e ela as defende de forma muito clara, por isso que a percepção do eleitor dela é muito positiva. E tem também outras representações, que não vou nominar, a gente não vê participação efetiva. E sem entrar no lado de ideologia A ou B, mas quando esses deputados foram eleitos, eles foram para representar o RN, então, independente de quem é o governador ou governadora, se é de bancada A, B ou C, o RN que precisa avançar para a bancada federal, também no Senado, defender primariamente o Estado.
Como pré-candidato, o senhor pretende mudar sua postura e procurar popularizar sua atuação ou até mudar de secretaria para uma com mais visibilidade?
Uma coisa eu tenho muito clara. Tenho compromisso com a governadora e com o RN. E eu tenho clareza do meu papel no governo. E eu não posso confundir as coisas. O meu papel hoje é importante, assim como o de outros secretários, para o governo funcionar. Eu não vou, de forma bem clara, deixar de exercer o papel que eu exerço para o governo. Recém filiado ao PT, o senhor acredita que já pode representar a nova cara do partido no RN? Não posso falar pelo partido. Eu acho que eu posso oferecer ao partido uma pessoa de esquerda, que eu sou progressista, com um perfil que talvez a sociedade esteja procurando. Um perfil moderado, um perfil, não sou mais tão jovem, mas é uma forma de renovação. Uma forma de renovar os quadros do partido aqui. Tenho conversado com alguns membros e acho que a linha é essa, de uma cara que tem os ideais de justiça social, de combate a desigualdade, com a cabeça progressista.
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