O deputado federal Rafael Motta (PSB), um dos aliados do Governo do RN na Câmara dos Deputados, está em seu segundo mandato em Brasília e se preparando para mais uma disputa eleitoral. Seu partido, o PSB, historicamente posicionado mais ao espectro de centro-esquerda, está em diálogo para fechar uma parceria com o PT, consolidada em uma federação partidária.
Essa jogada deve aproximar ainda mais o parlamentar do bloco governista no RN, contudo, as conversas parecem seguir em um ritmo mais lento do que deveria. Em conversa com o NOVO Notícias, o deputado Rafael Motta fala sobre as possibilidades para o futuro eleitoral. Segundo ele, a união com o PT é o caminho natural, mas não descarta que o partido possa seguir os próximos passos em uma terceira via ou até mesmo trilhar o caminho da independência. Confira a entrevista com o deputado Rafael Motta:
NOVO – Deputado, o senhor é visto com uma atuação muito próxima do que hoje representa o governo de Fátima Bezerra. Essa aproximação deve seguir também na corrida eleitoral?
Rafael Motta – É um caminho natural. O diálogo entre o PSB e o PT existe para além de questões eleitorais. Os últimos quatro anos foram de parceria. 2022 pode renovar essa parceria.
NOVO – O projeto de federação entre PSB e PT foi pauta na mídia por um tempo, mas o assunto parece ter esfriado. Frederico Rosado, presidente do PSB Natal, disse em recente entrevista que, sem federação, o partido priorizará a manutenção de sua bancada. Isso significa que o PSB pode deixar o grupo governista?
– Há muita especulação em torno da federação, mas as costuras estão sendo feitas. O PSB vai, sim, priorizar a renovação dos mandatos que possui. Quanto a isso, a Executiva Nacional deixa os diretórios estaduais muito à vontade. Ainda vejo o projeto da federação como possível.
NOVO – O que está impedindo a federação entre PSB e PT?
– São dois partidos com histórias diferentes que dialogam em diversos pontos, mas ainda assim são histórias diferentes. É preciso definir a situação de cada estado e isso leva um tempo. Entendo que a chapa Lula-Alckmin já está madura, o que deve acelerar as discussões.
NOVO – O secretário Jaime Calado demonstrou o desejo de participar em uma posição de maior destaque político em um eventual segundo mandato, e sinalizou com a possibilidade de o grupo de Fátima Bezerra abrir espaço para ele na vice-governadoria e para o senhor na vaga ao Senado. O senhor já chegou a conversar com o secretário sobre essa união entre PROS e PSB em busca de maior espaço no bloco político governista?
– Os partidos da base dialogam sempre. Pelo menos entre si. Temos um entendimento em comum: a governadora caminha para a reeleição, cumpriu promessas e não precisa recorrer a alianças de improviso para chegar lá. O momento é de fortalecer parcerias.
NOVO – O senhor tem pretensão de concorrer ao cargo de senador? Se há interesse, já conversou com a governadora sobre isso?
– O PSB sempre esteve à disposição para concorrer ao Senado.
NOVO – Caso se mantenha a parceria com o grupo de Fátima Bezerra e ela indique o ex-prefeito Carlos Eduardo como senador, o senhor pretende seguir a indicação? – Carlos Eduardo vai precisar mudar de partido para ser o senador de Lula. Não sei se o ex-prefeito fará isso, também não vejo Lula sendo candidato a presidente sem um senador seu aqui no RN.
NOVO – Caso não haja entendimento com o grupo governista, a ideia é manter um grupo independente ou o senhor está aberto a ir com o PSB para a ala oposicionista?
– A independência e a terceira via são práticas recorrentes no PSB. Mas até aqui, o entendimento é para que PSB e PT caminhem juntos.
NOVO – O senhor tem conversado com representantes de outros grupos políticos, além do PT? Ezequiel ou Walter Alves, por exemplo.
– O PSB tem uma história de protagonismo no RN e trabalhamos para fortalecê-lo a cada dia. Entendo que esse fortalecimento passa pelo diálogo. O diálogo e a confiança sempre foram as bases das nossas parcerias.
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