Mais uma vítima do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) foi identificada pelo Instituto Médico Legal (IML) vinculado à Polícia Civil de Minas Gerais. Trata-se da técnica de enfermagem Angelita Cristiane Freitas de Assis. Funcionária da mineradora, ela perdeu sua vida aos 37 anos, deixando o marido e dois filhos.
O desastre ocorreu em janeiro de 2019 e, além da gerar impactos ambientais e socioeconômicos em diversas cidades, causou 270 mortes. Passados mais de dois anos e oito meses, ainda faltam encontrar corpos de oito vítimas. Os bombeiros prosseguem com as buscas.
Os restos mortais de Angelita foram encontrados no dia 5 de agosto. O processo de identificação, concluído ontem (6), foi conduzido pelo setor de Antropologia Forense do IML. Devido ao tempo que se passou desde a tragédia, as condições em que os corpos são encontradas nem sempre possibilitam um processo de reconhecimento célere.
Segundo nota divulgada pela Polícia Civil, foram realizadas inúmeras repetições do exame de DNA e contraprovas para se obter um laudo conclusivo. “Os procedimentos para a identificação envolveram três fases principais: a perícia no local do encontro do segmento; as análises no IML, para estimativa da idade, sexo e ancestralidade da vítima; e, por fim, os exames de DNA, conduzidos pela equipe do Instituto de Criminalística”, acrescenta o texto.
No último sábado (2), os bombeiros localizaram mais um corpo em Brumadinho. Ainda não se sabe, no entanto, se ele pertence a alguma das oito vítimas ainda não localizadas. “Todos os métodos para identificação estão sendo empregados”, informa a Polícia Civil. Para facilitar o trabalho e torná-lo mais eficiente, foi construído um banco de dados sobre os desaparecidos, com base em entrevistas com familiares, histórico de exames clínicos e outras informações.
O Corpo de Bombeiros destacou a parceria com a Polícia Civil. “No mês em que se completam mil dias de empenho, a maior operação de busca e salvamento do mundo ultrapassa também um novo patamar: 97% das vítimas já foram localizadas e identificadas. Graças à sinergia do trabalho ininterrupto e estratégico dos órgãos de segurança pública comprometidos com a dignidade e respeito aos envolvidos na tragédia, mais uma família enlutada pode ter um pouco de sua tristeza diminuída”, informou em nota.
Devido às restrições decorrentes da pandemia da covid-19, os trabalhos dos bombeiros chegaram a ser interrompidos duas vezes. A primeira paralisação ocorreu de março a agosto do ano passado. Posteriormente, em 17 de março deste ano, houve uma nova suspensão. A retomada ocorreu no dia 12 de maio e, desde então, as buscas prosseguem sem novas paralisações.
Os esforços são acompanhados de perto pela Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos do Rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão (Avabrum), criada pelos familiares dos mortos na tragédia. Em todos os meses, no dia 25, é promovido um encontro em frente letreiro de Brumadinho, na entrada da cidade. A entidade contabiliza 272 mortes na tragédia porque inclui na conta os bebês de duas vítimas que estavam grávidas.
Receba notícias em primeira mão pelo Whatsapp
Assine nosso canal no Telegram
Siga o NOVO no Instagram
Siga o NOVO no Twitter
Acompanhe o NOVO no Facebook
Acompanhe o NOVO Notícias no Google Notícias